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Mostrando postagens de 2014
eu queria poder escrever as coisas boas que me aconteceram nesses ultimos dias. ainda que tenham sido pouquíssimas coisas. mas hoje é natal. e eu to completamente sem chão. uma sensação de vazio ta aqui no meu peito. são quase quatro da manhã e eu me recuso a aceitar tamanha decepção. eu não tenho ninguem pra conversar. ninguem pra ligar e dizer: passa aqui em casa e me dá teu ombro amigo, que eu to na merda. eu esperei tanto por hoje. fiquei tao feliz o dia todo esperando dar meia-noite. eu pensei tanto nele. nas coisas que eu iria dizer. mas ele não apareceu. ele sequer lembrou de mim. apareceu duas horas depois com um pedido de desculpas. mas minha mágoa era e ainda é muito maior que isso. eu simplesmente não tinha como desculpar. não imediatamente. eu só queria tá com ele, eu não desejei outra coisa. e ele nem ao menos pensou em mim. ele me deixou sozinha. se enraiveceu da minha raiva. achou que tinha razão e não entendeu minha dor. foi embora. me virou as costas.

Nosso namoro

Somos um casal atípico. A começar pela distância e pelo fato de termos começado a namorar sem nunca termos nos beijado. É um namoro bem diferente de tantos outros namoros porque sequer sabemos a data em que começamos namorar. Vai ver é porque nós já éramos namorados muito antes de assumirmos esse namoro, então vamos comemorar no dia em que voltamos a nos falar - embora nesse dia você ainda estivesse apaixonado pela sua antiga paixãozinha virtual e eu ainda estivesse enrolada com o ex. Já temos nossa data. Nós namoramos sem que sua família saiba e sem termos alterado nosso status de relacionamento no Facebook. Não postamos fotos nas redes sociais, primeiro porque você não posta foto sua e segundo, eu não quero foto sua circulando por aí sem mim porque a) você é muito lindo e b) eu sou muito ciumenta. Até uns dias atrás eu nunca tinha nem escutado a voz do meu namorado. Que loucura. Uma loucura boa. Uma loucura nossa. Nós não fazemos a mínima ideia de quando vamos nos encontrar. Eu n

Quase dois anos depois

escrevo para você aqui desde junho do ano passado - acho e meus textos eram sempre lindos - e sempre tristes também minhas agendas devem ter registros mais "antigos" - de abril ou maio, por aí nos reencontramos em fevereiro e desde lá não paro de pensar em você desde o começo me envolvi com você intensamente era como se esse sentimento estivesse somente adormecido, desde 2010. Entende? você demorou a gostar de mim do mesmo jeito eu passava noites chorando. dias também cheguei a beirar a depressão por falta dessa reciprocidade nunca ouvi tanta música triste na vida apaguei todas elas do meu celular, porque sinto que não amo mais sozinha você também me quer, tanto quanto eu te quero você tinha um carinho por mim, mas não era nada intenso demorei a conquistar você, não foi? já vai chegar fevereiro novamente. 2 anos e a gente ainda não se encontrou nunca nos beijamos, nos abraçamos... eu espero que você fique por mais alguns anos até que a gente se esbarre de ve
tô na merda é noite de sexta e tá batendo uma depressão de leve escutei uma música agora há pouco que até então nunca tinha escutado tô andando só de sutiã e calcinha pela casa, como sempre e eu adoro isso tô chorando sem motivo você tem sido um amor comigo, mas eu tô sendo uma merda com você abri a última budweiser que restava na geladeira e sentei no chão tava tocando radioactive e eu só to pensando na vida na gente. to pensando merda, cara tá tocando One Republic agora você bem que poderia estar aqui agora sentado do meu lado aqui na sala ou lá fora, na grama a gente poderia contar estrelas (rs) mas você não me lê você sequer fica em casa na noite de sexta, me fazendo companhia - mesmo que de longe eu tô te cobrando as coisas porque eu sou chata pra caralho você não tem nada a ver com isso e tem uma vida aí não se preocupa a cerveja ta acabando já logo eu durmo eu vou acordar bem, prometo.
cansei um pouquinho e continuo insistindo não consigo abrir mão, mas sei que machuca cadê minha coragem para falar nos teus olhos: olha, cara, eu to infeliz pra caralho você tá longe e tá bem eu tô sozinha e definhando sei lá, a gente não vai dar certo. nunca você é muito diferente de mim. eu não sou a mulher certa pra você eu não confio em você e você não confia em mim meu Deus, eu só queria que você estivesse aqui comigo eu só queria que você viesse, porque tá muito difícil esperar não é tpm e eu me pego chorando. tô me afogando nas minhas próprias lágrimas e você não pode me socorrer ninguém pode pode ir embora vive sua vida faz as coisas que te deixam bem, que te deixam feliz encontre alguém. e ame-a. valorize cada traço e gesto dela eu vou ser feliz por você e vou ficar bem. por mim

[Acho]

Bem... eu acho que nós nunca vamos fazer amor. Acho que nunca vamos nos ver ou ficar juntos. Acho que nunca vamos nos encontrar. Acho que nunca mais vou aí no seu estado e nem acho que algum dia você vem me ver. Embora eu ache tudo isso, eu sonho exatamente o contrário. Sonho e espero. Eu não queria depositar meus sonhos em você - e você acabou se tornando um sonho meu [clichê]. Eu não queria rotular o que a gente tem [o que nós temos?] para depois virar uma coisa chata. [Nós somos chatos, mas você é mais].

As melhores frases de Will e Will (John Green e David Levithan)

Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay

Só pro caso de a gente se encontrar

Eu vou esperar ansiosamente pela sua chegada naquele maldito aeroporto. Não sei se vou me atrasar ou se vou chegar cedo demais. Não importa; eu só quero que você chegue. Eu vou correr ao teu encontro e vou pular em cima de você com todos os meus braços e abraços. Talvez as pessoas achem ridículo, achem bonito, talvez não entendam nada. Mas a gente entende tudo: é hora de matar a saudade do que a gente não teve. Vou sentir teu cheiro. Tua pele. Teus cabelos. E nos beijaremos. Eu vou te beijar cheia de vontade. Vou saborear cada centímetro da tua boca e língua. Vou tocar teu rosto e sorrir. Te levo pra minha casa. Você se banha. Te preparo um lanche e te deixo dormir. (Viajar de avião doi os ouvidos, esteja preparado) Te observo dormindo, mas você não adormece por muito tempo. E me chama. Me deito ao teu lado. Ficamos juntinhos. Abraço apertado. Beijos. Beijos. Infinitos beijos. Inabaláveis sorrisos. Quarto. Cama. Suor. Prazer. Realização. Te mostro minha cidade.

Fuga.

Talvez eu esteja bem longe quando você ler essa carta. E eu nem sei exatamente aonde estou indo.Talvez eu procure um lugar tranquilo, como um quarto de hotel qualquer onde minha única companhia seja eu. Peço que não se preocupe, não cometerei nenhuma besteira. A depressão atacou de novo. As crises existenciais voltaram com mais intensidade. E eu não quero descontar meus surtos em alguém. Ficarei sozinha com minhas músicas e livros - parei no caminho e comprei uns novos (um deles foi pra você). Talvez você não entenda e tudo bem, eu já não me preocupo mais em agradar. Não sei quando e se volto. Tá doendo muito agora e eu preciso tratar as dores no coração. Deixei refeição na geladeira, suas roupas estão todas lavadas, mesmo sabendo que sem mim você se sai muito bem. Não tente me achar; a gente fica melhor quando se perde. p.s: emprestei sua carteira de cigarro. Desculpe.
Para Ang Cada canto da minha casa espera por você Faz sol lá fora e eu quero te dar um beijo na chuva Não me restam mais dúvidas Me transbordo em anseios Gosto da tua boca, dos teus dentes Teus vídeos e imagens Tudo me faz sorrir Te admiro e te encho de qualidades Tão lindo Tão longe Deita aqui e me beija Eu desejo você com todas as minhas unhas e pelos e pele Você me conhece e reconhece minhas manias Quero abraço, carinho sexo... Um dia todo perdido dentro do quarto Na cama Na praia E todos os clichês apaixonados que eu adoro e você odeia Paro e imagino Penso em quanto tempo falta Espero que seja logo. (Ao som de Pode Ser - Banda do Mar )
Eu percebi que não queria mais ninguém. Percebi que minha imaginação e meus pensamentos todos estavam destinados a ele. E então me senti completa. Senti o que há tempos não mais reconhecia: a reciprocidade do amor. O jeito como ele me chama, como me ama, como se declara a mim… O modo como ele se entrega e diz que é meu. E eu acredito, por que não? Me deixa mais leve, me deixa tranquila saber que posso depositar todo o meu amor em alguém que também me quer. E se for mentira?, é o que me questionam. E se não for?, respondo. Não é. “Ele te ilude. Vocês nunca vão ficar juntos. Arranja alguém de perto”. Imagina se a gente dependesse de mais alguém para ser feliz? Estamos longe. A milhas e milhas um do outro. E meu coração espera por ele. Minhas noites ficam solitárias por não poder abraçá-lo, mas sei que ele é meu - e eu sou dele. O (meu) amor da minha vida. Que me faz esboçar um sorriso quando me manda fotos, quando me manda escritos ou vídeos. E sei que isso incomoda. L

Óbvio utópico

Inspirado na música Retrato pra Iaiá - Los Hermanos (e na minha vida real, que condiz com a canção) Insisto nisso porque quero que vire realidade Quero viver um amor de verdade Encontrei em ti a chance para escapar da minha solidão Sou capaz de ir atrás De viajar para outros lugares até te encontrar Como já fui uma outra vez, mas não te vi Me engano, porque gosto; não é pra ser, ainda que eu tente Parece tão natural, que continuo Dessa vez, sem insistir Deixo fluir até que aconteça novamente - se acontecer Não sei se teremos testemunhas, talvez o céu assista Nenhum de nós se esforça. Sentar e esperar não dá em nada A gente não se preocupa, assistimos até onde vai dar Todos os planos parecem vãos Eu não te tenho e mesmo assim enxergo nosso destino juntos Nada acontece. Nosso fim está chegando O fim do nosso romance inventado, não realizado Fico definhando e a destruição é aparente As pessoas lamentam “oh não” ou “nós avisamos” E torço para qu

Desculpa, mas machuca.

Quando você resolve me ignorar de uma hora para outra, por uma causa boba ou sem um motivo plausível. Eu fico tentando entender o que se passa e me acho bem ridícula tentando te agradar. Quando você curte e comenta todas (todas) as publicações que aquela fulana posta. Eu não gosto dela, mesmo ela sendo sua amiga. Já tentei fingir que não me importo, mas desculpa, eu não sei fingir. Quando você me vira as costas no meio de uma discussão e me acusa de ser neurótica. Gostaria que você, no mínimo, me escutasse e dissesse a mim o que tambem te incomoda. Quando eu preciso insistir para que você fale comigo. Quando acha um saco as músicas que te dedico com carinho. Quando você procura sacanagem num momento inadequado e não percebe que não é hora. Quando você faz pouco caso de mim. De nós.                      E se machuca mais do que agrada, se você fica melhor sozinho do que com a minha companhia, se você já não faz esforço nenhum para que fiquemos bem e se pra você tant

Pra você saber

Quando a gente não se fala, eu penso em você mais que o normal. Checo as notificações no celular e você nunca aparece. Digito uma ou outra mensagem, mas apago logo em seguida porque quero te dar um pouquinho de tempo, pra você aproveitá-lo sem mim; eu pego demais no teu pé. Às vezes não envio por esse medo de estar incomodando ou simplesmente por medo de não obter resposta. Mas eu estou pensando em você, não esqueça disso. Eu me questiono se você também pensa em mim e lembro das tantas outras vezes em que te perguntei e você disse que sim, que pensa, só não demonstra. Mas fico na dúvida e olho no relógio do celular: você entrou e saiu do trabalho e não mandou nenhum 'oi'. Você entrou na minha vida e não saiu mais dela. Não saia. Evito verificar as redes sociais; tenho medo do que posso ver. Sofro de ansiedade e morro de curiosidade: decido olhar e nada encontro. Tudo bem, te deixo quieto. Outra hora a gente conversa. Quando a gente discute bobagens e você se recusa a falar

Our time

Perco o meu tempo no nada. Planos em vão. Perco todo o meu tempo para encontrar-te. Faço-te em versos. Ouço-te em músicas. Desenho-te em rabiscos. Encanto-me com teu sorriso projetado em papel. E projeto-me ao lado teu. Conforme as folhas e desenhos passam, dançamos valsa alegremente. Corremos no parque. E tu não me soltas, assim imagino. Quanto mais sinto que sou tua, menos somos. Onde estás? A mala está pronta; venha buscar-me. Buscar nosso futuro que está guardado em meus anseios, em minhas vontades. Vontades nossas. Para que desperdicemos tempo juntos. Para que o tempo passe, e as folhas de outono caiam sem que percebamos. Quero estar contigo em outras primaveras. Desenhando ao lado teu histórias. Histórias nossas. Contigo nenhum plano é vão.  Para ti: meus versos.

Por que nada dá certo?

Tenho mil planos no papel e na cabeça. Inspiro-me com uma simples ideia e fico feliz quando penso nas possibilidades de realizá-la. Imagino, traço metas – nada impossível ou tão difícil de buscar. Mas é tudo tão efêmero,sabe? A euforia passa em questão de minutos quando vejo que o quero não pode acontecer de uma hora para a outra. E aí deixo de lado, deixo para outro dia, até deixar passar de vez. Não existe remédio para a motivação. E é justamente a falta dela que me impede de pôr em prática tudo o que anseio: uma viagem, um projeto fotográfico, a continuidade de um livro. Nada dá certo porque eu mesma me desmotivo. Não dá certo porque desisto antes mesmo de tentar. “Ainda que minha mãe faça tudo por mim, eu não posso esperar por ela para conseguir o que só a mim diz respeito”, repito para mim diante do espelho. Além do mais, milagres não acontecem – e quando acontecem, acho que é só para quem realmente merece. Acho. “Isso é vergonhoso, não é? Gastar a maior parte do seu tempo deitad

Aceito.

Eu aceito o amor que você guarda pra mim. Aceito você com todas as suas imperfeições e ciúmes. Aceito você com todos os seus vícios e mudanças repentinas de humor. Aceito o seu sarcasmo e suas ironias. Te aceito de longe, porque quando a gente estiver perto, vai ser muito melhor. Te aceito assim, porque também tenho os meus defeitos e acho surpreendente como você consegue lidar com todos eles. Aceito tua voz, tua boca e teus graus de cegueira compatíveis com os meus, que chegam a ser maiores até. Te aceito, porque você nunca disse 'eu te amo', mas vive provando que sim, sem precisar dizer nada. Aceitei você desde quando te deixei ficar comigo nas madrugadas, que viraram dias e noites, e nessa brincadeira já se passou um ano. A gente se aceita assim, contrariando os padrões, sem saber aonde vamos chegar. Gosto de você e você de mim, e assim tá de bom tamanho, 'ninguém precisa saber só a gente'. Discordo, mas tudo bem. Agora só falta você aceitar que você é o meu amor e
Desculpa a minha impaciência hoje pela manhã. Eu queria ficar um pouco só. Queria um pouco de silêncio e os fantasmas da minha imaginação tagarelavam demais. Ando tão perturbada. Aperto no peito, de novo. Tenho lutado contra os meus próprios demônios. E é sempre tão difícil disfarçar as dores. Misturei tristeza com álcool. A TPM atacou, pra piorar. Tudo ao meu redor ficou três vezes mais irritante, as pessoas são tão inconvenientes! Você tá longe de mim e fico sem abraço, fico com saudade, com vontade. Fico só. Seguro para não deixar minha irritação explodir por fora e acabo me estragando por dentro. Sinto dor na coluna, nos ossos, na alma. Massagem nenhuma acalma. Preciso de calma, de cama, de colo. Eu sei, você não tem culpa. O problema é comigo mesmo: sofro de imaginação fértil e não tem remédio que cure. Se eu quiser sossego, preciso desassociar meu corpo da minha mente. E é impossível. Hoje foi só mais um dia sem sair do lugar. Quanto falta pra eu ser alguém?
Tá tudo meio confuso, sabe? Uma hora tá tudo certo, de repente estraga. Vira discussão, bate-boca. Fica desgastado e dá vontade de desistir. Aí te quero longe e tudo bem se você quer um tempo. Eu não ligo. Você não me liga também. Ok. Mas aí por umas horas volta ao normal - eu nem sei mais qual é o nosso normal. E a gente ri, brinca, sonha e faz planos. Agora eu já te vejo e passo horas te olhando. Eu sei que eu e você temos alguma coisa. Mas o que? Também quero que os outros saibam, mas você não acha necessário. Não posso te cobrar muito, não posso te cobrar nada. E cobro. Você idem. O que somos? Numa hora você faz com que eu te queira perto e em outra, me irrita, faz eu querer fugir de você, sumir. Você sente o mesmo em relação a mim. Continuamos nessa espera, por algo que não sabemos se um dia irá chegar. Você é meu e eu sou sua. Completamente.
"Não entendo essa gente que diz gostar e não quer estar perto de quem gosta. Fogem como se tivessem medo - talvez tenham -, como se estivessem fazendo algo errado. Fogem por que não se acham merecedoras ou por que não acreditam naquilo que dizem? Então é melhor que não digam, se não acreditam em suas próprias palavras e promessas. As pessoas deviam arriscar mais, sabe? Pelo menos tentar. Eu não tenho medo de arriscar, embora eu sempre me arrependa das minhas atitudes precipitadas. Mas acho que a pior sensação é aquela de ter perdido uma grande oportunidade de ser feliz, de encontrar o amor, por culpa do medo ou orgulho. Acho que se a vida tá te dando a chance de viver alguma coisa intensa e bonita, você deve simplesmente se entregar - se for aquilo que você deseja, claro. Encher a cabeça de incertezas faz perder o encanto. E no final das contas, se não for pra ser... Não será".

O dia em que o perdi

Ele não gostava de aparecer e eu queria vê-lo de qualquer jeito. Ele detestava falar ao telefone e eu insistia em ouvir sua voz. Tentativas em vão. Falei inúmeras vezes eu amo você  e nunca esperei que ele fosse dizer o mesmo. Nunca disse - embora repetisse com frequência "eu gosto (muito) de você". Isso me parecia ser bom. E eu sempre me contentei com pouco. Me contentava em tê-lo para mim, mesmo que na distância. Mas ele era meu, só meu - era o que o próprio dizia. Eu sempre preferi um 'eu gosto de você', do que um silêncio do outro lado do telefone. E, então, eu o vi. E era bom pra mim. Continuei querendo aquele rapaz com a sensação de sempre tê-lo visto. Fosse nos meus desenhos, na minha cabeça confusa, nos meus sonhos esquecidos. Ele sempre estivera no meu subconsciente. Ele se enraiveceu e partiu. Não disse nada, apenas partiu. [Fiquei sem entender, afinal ele gosta(va) de mim, não gosta(va)?] Era madrugada quente, tínhamos acabado de fazer amor.

Insanidade

Quinta-feira de chuva; estou sem coragem para levantar. Joguei o colchão no chão da sala, para que ficássemos à vontade. Você está aqui, deitado ao meu lado - estou sobre seu peito, acariciando seu corpo - e posso ouvir sua respiração enquanto dorme. Coloquei música no notebook. John Mayer. Você agora me abraça pelas costas, me envolve em seus braços e entrelaçamos os dedos. Quero namorar com você, sussurro. Sorrio involuntariamente. Minha situação piora a cada dia. Não saio do quarto, porque você está aqui comigo (e ninguém sabe). Vamos à praça, de mãos dadas. Paramos pelo caminho e nos beijamos. Alguém observa; desconheço. Vou até sua casa e conheço sua família. Todos estranham. Notam o sotaque. Fico à vontade - e não chamo palavrão, eu sei me comportar. Tardezinha. Ficamos no sofá, rindo de qualquer coisa. "Acho que você já viu meu rosto". Sim, mas você não acredita. E gosto do que vejo, é perfeito para mim. Te puxo pra perto e te beijo. Rostos colados. Sinto sua mão no m
Vejo reflexos da minha inutilidade. Não carrego nada, além de um vazio. Minhas metas escapam entre os dedos, meus objetivos se desfazem. Falta muito? Já esperei tanto. Mais um ano vem batendo à porta e... Nada. Continuo aqui, pelos cantos.

Desabafo de uma manhã de sexta.

A sala de trabalho continua vazia. Andei lendo uns sites de revista e a Globo.com, assim como as colunas da Tati Bernardi e do Gregório Duvivier. Nada pra fazer. Penso. Em tudo um pouco. Não organizo minhas ideias e acabo pensando em nada. Aquele aperto no peito tá surgindo devagar e uma voz na minha cabeça me diz para stalkear as inimigas. Tentador - para uma pessoa como eu. Tão desgastante! Acabo me afogando em lágrimas, é sempre assim. Ignoro a voz e deixo pra lá. "Hoje não", respondo à maldita voz (que é apenas meu lado psicopata de ser tentando agir - não que eu me orgulhe em escrever isso). Uma pessoa como eu. Ciumenta e possessiva. Não tenho posses - não de pessoas que eu gostaria de ter. Queria escrever uma coisa feliz. OK: faltam três horas pro fim do expediente (isso não foi feliz, mas o que vale é a intenção). Passo um tempo olhando para a tela do computador, enquanto troco umas ideias com meu colega ao lado. Penso em mais algumas coisas e percebo que sem

Despedida

Nosso conto acabou, meu amor. Você não se deu. Não cedeu. E eu sempre quis mais que palavras. Me perdi nessa tua confusão: ou me queria ou não. Você não me deixou entrar. E na varanda faz frio. Tentei entrar em ti, na tua vida. E quando comecei a achar que tua alma havia encontrado a minha, eu só estava te observando na janela. Do computador. Do celular. Ficarei vazia. Sentirei saudade. Quero ficar contigo. Mas não consigo mais disfarçar minha dor. Nossos mundos eram opostos e toda nossa história foi inventada. Meu peito aperta nesse momento. As lágrimas caem. Você foi a coisa mais intensa que já me aconteceu. Não me odeie por estar desistindo. Assim como não odeio o destino por não termos dado certo. (Me desculpe, mas não posso continuar) (Eu amo você)
"Acordei com uma vontade incontrolável de pegar um avião qualquer pra tua cidade e, com um frio na barriga , chegar de surpresa. Te ligar e você atender, te dizer que estou perto e esperar você vir até mim. Então te abraçaria por um tempo infinito e sentiria teu cheiro, t e olharia nos olhos e daria um sorriso de orelha a orelha . Todos os dias imagino e desejo nosso encontro - com direito a câmera lenta, trilha sonora e tudo. Espero pelo dia em que seremos um só, em qualquer lugar. Não me importo com o que o destino reserva para nós, desde que eu tenha a chance de contemplar a lua contigo e te beijar nem que seja uma única noite. Seja meu. P.s: As lembranças que guardo de nós dois são todas irreais." out/2013

O meio - parte I

Ler ao som de Quelqu'un m'a dit - Carla Bruni Acordei e lá fora o céu amanhecia lentamente. A cama era espaçosa. Lençois brancos cobriam minha pele nua. As enormes janelas estavam entreabertas permitindo uma passagem de ar frio. As cortinas voavam livremente pelo quarto - pude perceber à medida em que fui abrindo os olhos lentamente. Esfreguei os olhos e espreguicei o corpo tentando me lembrar da noite passada. Levantei-me em direção à janela, levando junto a mim o lençol branco. A neblina cobria o semi-amanhecer. Os pássaros cantavam baixinho, sem querer incomodar. Cheiro de lavanda perfumava a suíte e então ouvi o barulho do chuveiro vindo do banheiro. Meu coração disparou: ele realmente estava ali. Olhei ao redor e haviam flores vermelhas sobre o criado-mudo ao lado da cama. Meu celular estava na poltrona encostada na parede paralela à janela; devia estar descarregado. Meu vestido azul e o restante das nossas roupas estavam espalhadas pelo chão. Esbocei um sorriso e fech
Eu não sei o que esperar de nós dois. Você diz que não tem nada a me oferecer e ainda assim espero por alguma coisa. Eu não sei aonde vamos chegar, se vamos chegar a algum lugar. Eu não sei que diabos você faz na minha vida ou eu na sua, embora eu me sinta completa com você por perto. Eu tenho ciúmes e gosto. Você tem ciúmes e gosta. E não somos nada. Estamos brincando de amor? Você me pede para sair, ir embora, aproveitar o auge das minhas vinte e uma primaveras e eu insisto em ficar. E aí você gosta que eu fique. Esperança. Acho que é isso que me faz respirar e esperar todos os dias. Por você. Por nós dois. Por um encontro - aqui ou aí (principalmente). E o destino? Não sei o que ele me reserva. Eu ando inquieta, cheia de planos. Mas vivo parada, esperando. E aí nada acontece. Quem sabe um dia, mais cedo ou mais tarde, a gente se esbarra na esquina, num café, num show, na praia, em outro estado. Deixa eu fingir que você é meu mais um pouco. Pode brincar comigo mais uma vez até a ge
Tuas mãos me seguram e me rodopiam pelo ar. Os pés passeiam descalços na areia. O vento espalha os cabelos e o perfume. Sinto a leveza do momento. Meu coração flutua em direção ao mar. Nossas risadas ecoam melodia. A brisa me arrepia. Teu calor me envolve e aquece. Nossos lábios selam um acordo: eu, você e o pôr-do-Sol.

Não sei me explicar, desculpe.

Alguns segredos meus saíram do anonimato. Meus gostos, sempre ruins, não são nenhuma surpresa. Minhas facetas, oscilando entre belo e grotesco,  estas sim causam confusão. E eu não sei me explicar. Perco-me com facilidade - nos caminhos, nas ideias, nas conversas e nos projetos. E mesmo desatenta, enxergo detalhes. Mesmo impaciente, pego-me esperando [pacientemente] pela visita do destino. História da Arte me agrada e ainda assim reprovei na matéria. Eu não sou capaz de destacar cinco qualidades minhas, mas me acho uma boa pessoa. Estou sentada numa sala de aula com mais nove pessoas e não me encontro entre elas. Sou apenas mais uma. Não ouço, nem enxergo nada que é mostrado no quadro. Minha mãe quer tratar meu vício, quando na verdade, tudo o que eu preciso é de uma viagem. Talvez eu só precise de um encontro. Mas ela  não entende e eu não acho que devo explicar. Essa máscara de frieza que eu tento colocar, sempre cai, e não esconde o coração que ama - de um jeito incomum. E não me p

O sonho do dia 12. Número par.

Éramos nós dois e mais três. Duas amigas e uma inimiga minha (amiga sua). Estávamos em outro estado do Nordeste e ficamos hospedados num hotel que era uma caverna, com a vista para o mar, mas era um restaurante. Não nos largávamos nem por um instante e isso começou a incomodar. E nosso beijo era bom ("Do tipo que a boca foi feita uma para a outra". "Existe esse tipo?". "Se não existe, acabei de inventar"). A inimiga remexia minha bolsa e lia meus escritos para você. Sim, os do caderno azul. E enquanto ela lia, dizia às demais: quando essa guria der um pé na bunda dele, ele vem nos procurar. Eu ignorei e você sussurrou para mim "eu te amo". As outras apenas sorriam, pareciam indiferentes, mas estavam felizes pelo nosso encontro. Você saiu, acompanhado de um outro rapaz e imagino que tenham ido ao restaurante. Foi então que decidi ir até à janela da caverna e fotografei o mar.
Um dia nos encontraremos e conhecerei o céu. Te oferecerei todo o amor adormecido em mim até então. Farei de ti meu mundo e me dedicarei para fazer-te feliz. Quero teu beijo e teu corpo, quero que me pertenças e que não te afastes. Falta muito para que sejas meu?
Aperto no peito. Abandono. Choro. Soluço. Olhar o celular. Desligar o celular. Vontade de (te) chamar. Vontade de sumir. Reler conversas. Rever fotos. Pensar em você. Chamar teu nome. Sair. Fugir. Ficar só. No quarto. No banheiro. Sentir falta. Saudade. Amor. Fome. Não me alimento. Como pouco. Vomito. Volto a chorar. Adormeço.

Último suspiro

A cabeça sangrava. Havia um corte profundo nas sobrancelhas e os lábios também estavam feridos. O impacto entre os dois carros fora muito violento. Ela não apresentava nenhum sinal vital. Continuava adormecida e os paramédicos tentavam a todo o custo lhe salvar a vida. Mas ela ainda pensava, só não reagia. E lembrava de tudo o que queria esquecer. Saiu de casa atordoada. Não havia com quem conversar. Sua mãe brigava por causa de suas crises de choro, sem nunca perguntar os motivos. O coração dela estava partido por não entender porque ele partiu sem explicações. Já havia três dias e ela continuava inconsolável. Precisava fugir, correr, sumir. Ela controlava a vontade de correr atrás, mas sabia que isso poderia piorar a situação. Olhava o celular a cada dez minutos e não havia chamadas, mensagens ou qualquer outro sinal vindo dele. Desligou a Internet. Queria se manter afastada, embora o quisesse por perto. "Ele prometeu nunca me deixar", pensava e chorava por dentro.

21 objetivos para os próximos 21 anos

1 - Aprender Libras; 2 - Ter um inglês fluente; 3 - Morar numa casa amadeirada com varanda; 4 - Saltar de paraquedas; 5 - Fazer mais tatuagens; 6 - Conhecer um(a) amigo(a) de outro estado; 7 - Ir a mais shows; 8 - Adotar um cachorro; 9 - Doar sangue; 10 - Ter um abajur; 11 - Ter uma máquina de datilografar; 12- Ser mais gentil; 13 - Ir a um jogo do Flamengo com meu pai (e mãe e Malu); 14 - Aprender a fazer pudim; 15 - Ter um sino dos ventos; 16 - Tirar foto com pelo menos UM escritor preferido; 17 - Dormir menos; 18 - Parar de roer unhas definitivamente; 19 - Fazer teatro; 20 - Viajar pra pelo menos mais três estados brasileiros (com amigos e/ou família); 21 - Aprender a fazer feijão. Tem muito mais, claro. Mas de uma lista de 80 desejos, destaquei esses.
Acordei 3h30 da madrugada. Olhei para o celular e você não estava lá. Tive umas ideias e anotei todas antes que elas fugissem de mim, porque na minha cabeça só tem lugar para você. Que calor que faz. Você me faz suar. "Pode ir, não quero mais ser sua", direi isso quando eu bater na sua porta, de madrugada mesmo. Nem precisa me convidar para entrar, senão me acomodo de vez na tua casa, na tua cama, na tua alma. Mas saiba que você é meu - e sim, sou sua. Vão se passar anos e mais anos, encontraremos alguém (ou não) e você ainda será meu. Não se esqueça. Dez/2013
Passa aqui em casa e me leva para viajar. A gente vai rapidinho num outro continente, no país vizinho, no estado que fica na parte de baixo do mapa. Já falei que vou a qualquer lugar contigo e eu nem preciso arrumar as malas. Basta você, música e fotos. Vamos brincar de casal apaixonado e tirar a fotografia clichê da Torre Eiffel, com suas magníficas luzes, sob uma noite parisiense estrelada. Quero abraçar você nas alagadas ruas de Veneza, enquanto você arrisca uma música italiana qualquer, me fazendo rir. E eu te beijo. (um achado de 2013)

Seis da manhã

Seis e quarenta da manhã. Estamos deitados sobre minha cama, os lençois estão amarrotados, há embalagens de comida espalhadas pelo chão, o videogame dele está conectado à televisão, mas ambos estão desligados, e os controles estão em cima da cama também, juntamente com minha câmera, próximos aos nossos pés. Estou deitada sobre o peito dele, acariciando-o, e ele passa as mãos pelo meu cabelo, dando um beijo ou outro em minha cabeça. Acho que o sono finalmente está chegando, depois de termos passado a noite em claro, conversando e rindo. Tomamos café e vimos pela janela o nascer do Sol espantando a neblina da madrugada fria. Falamos sobre nosso passado, sobre o tempo em que ficamos longe um do outro, de todos os nossos desencontros e de como o universo pareceu conspirar contra nós. Falamos sobre um provável futuro juntos, nossos filhos correndo pela casa, nossos cachorros, nossos livros e viagens. Sorrimos e nos beijamos. Nunca estive tão feliz. Falamos sobre o presente, sobre estarmo

Sim

Nosso casamento pode ser na praia. Nossos filhos brincam pela areia com os cachorros, enquanto nossos amigos realizam a cerimônia. Esqueça o véu e o paletó.  Eu visto uma coroa de flores e você todo de branco. Nossas alianças serão apanhadores de sonhos. Fugiremos em nosso fusca com latinhas amarradas na traseira. Serviremos café aos convidados, com biscoitos e bolo de chocolate. Nossa lua-de-mel será em nosso próprio quarto, com fotografias nossas grudadas pela parede. Fotos dos nossos sorrisos e sonhos. Eu aceito. Você me aceita?

Despedida

Abraçou-me e deu um beijo em minha testa. Preciso ir, ele disse. "Talvez nos encontremos em alguma esquina da vida, como nos reencontramos ao acaso, como te fiz ficar por uns anos. Saiba que te gosto e te quero, mas agora está na minha hora. Não te esqueças das minhas declarações tímidas nas madrugadas insones, dos nossos beijos acalorados e de nossas mãos sempre entrelaçadas nas calçadas, e ruas, e bosques, e quartos. Te quis como nenhuma outra mais, sabes bem. E qualquer lugar que eu vá, qualquer livro que eu leia, eu sei que meus pensamentos estarão em você. Não importa o que aconteça, tu fostes uma das melhores coisas que já me aconteceu. A vida real me chama e preciso que também sigas teu caminho. Sem mim. Sem fantasia, sem ilusão. Nunca fomos dois, apenas nos inventamos em meio às conversas, em meio aos sorrisos e disfarces. Deixo-te para que sejas livre, e se estiver escrito, um dia seremos. A gente nunca sabe o dia de amanhã.". Meus olhos encheram-se de lágrimas e a
Acho que nós somos o melhor casal que nunca existiu. Te preciso tanto. Preciso segurar tuas mãos e acariciá-las. Desenhar teu rosto com a ponta dos dedos. Tem tanto de você aqui, que eu te cuido mais que a mim. Só não me abandona, moço. E caso decida ir, me avisa com antecedência. Preciso preparar o coração. Me promete que vai tentar aparecer no aeroporto na minha próxima viagem. Me promete que vai tentar aparecer qualquer dia desses. E aí a gente dança pela sala, iluminada com algumas velas. Só pra eu sentir teu perfume no pescoço e teu rosto colado no meu. Me apaixono um pouco mais a cada dia e não sei se vale a pena dizer isso. Fica comigo agora, me abraça um pouco. De repente me deu uma vontade de viver de novo tudo o que ainda não vivemos. É que talvez você tenha sido meu único e grande amor, mesmo sem saber, mesmo sem sentir. Talvez você seja.
Ando tendo alucinações sonoras. É normal o silêncio fazer barulho na madrugada. Escuto teus passos, ouço tua voz e me chamas no celular. Nada toca. É só a porta que bate. Já me disseste que não podes retribuir ao que sinto, e tudo bem. Tudo bem. Ainda te tenho. No fundo da alma, no pulsar das têmporas, no sorriso largo, na lágrima tímida. Sei que é tudo vão. Não sei onde tudo isso vai parar, nem eu sei aonde vou. Continuo indo e sorrindo. Já não sonho tanto. A vida me chama ali fora para um passeio rápido nas salas de aula, nos escritórios e nos e-mails não respondidos. Não (cor)respondidos que nem minhas expectativas em relação a nós dois. Bobagem. Continuo errando e te esperando. Pergunto-me por que o destino te trouxe até mim, se não podes ser meu. Mas a gente se completa às vezes. Formamos um quadro bonito, uma história de amor proibido - ainda sem final -, que talvez vire trilogia e adaptação de filme ou só mais um parágrafo num caderno esquecido. Te quero bem, te desejo tanto, c

Eu quero nós dois

Quero eu e você debaixo de um céu escuro. Com todas as estrelas e anjos que tivermos direito. Eu quero teu corpo sobre meu corpo e nossas mãos entrelaçadas, suadas e bem apertadas, só pra sentir que distância nenhuma nos separa. Eu quero que tua cama seja minha e que nossas conversas terminem sempre com um sorriso. Quero que nossas noites de sono comecem com um abraço e um carinho de leve na nuca. Não quero que elas terminem, porque gosto de sonhar com você. Eu quero te apresentar a meus pais e quero que eles entendam o por quê de eu ter te escolhido. Quero que eles encontrem nos teus olhos o motivo que me faz cometer loucuras. Quero que eles ouçam na tua conversa o tom de voz que me acalma e me conforta. Quero mostrar você a ninguém, então te guardo a sete chaves dentro do quarto e do peito. Você é um segredo meu, que, paradoxalmente, preciso exibir aos sete ventos. Quero que tuas músicas preferidas combinem com as minhas, embalando nossa história numa única melodia. Você

Mobília

Sinceramente, não sei o que ainda faço acordada. São quase duas horas da manhã, sem esse negócio de horário de Brasília, são quase duas da manhã mesmo, sem uma hora para mais ou para menos, porque no norte não tem fuso horário, graças a Deus. Estou sentada aqui na sala de casa, não necessariamente aquela que você conheceu, porque eu mudei algumas coisas - troquei a velha cortina de pano por uma persiana estampada com detalhes verdes e brancos, e eu nem sei se isso é verde ou azul, mas acho que é verde mesmo, embora olhando direito e com mais atenção ela pareça azul. Persianas parecem ser mais práticas e eu tenho evitado coisas que me dão muito trabalho. Eu já quebro cabeça demais comigo mesma. Mudei também aqueles sofás desbotados. Coloquei uns bancos, tipo banco de balcão de bar, mas já me arrependi, porque o sofá é sempre mais confortável, e agora eu quero trocar de novo os bancos pelo sofá, porque eu vivo numa indecisão que Deus me livre de mim. Ainda bem que você se livrou.

Memórias de viagem

Coloco a cabeça contra o vidro da janela direita do banco de trás do carro. Lá fora, uma paisagem linda me transporta para outro lugar. As árvores, carregadas de frutas, vão passando e ficando para trás. Assim como as árvores, também ficam para trás alguns planos e metas. Abro mão de objetivos, que me pareciam facilmente alcançáveis, em busca de uma vida nova. O vento invade o interior do carro violentamente, espalhando meus fios de cabelo. Observo as casas que vão surgindo ao longe e não esqueço da minha imensurável vontade de ter uma casa dessas de beira de estrada: amadeirada, com varanda, um riacho passando nos fundos, um quintal imenso, quase infinito, onde pudéssemos jogar bola ou montar um jardim. Vejo as crianças correndo descalças e sem preocupação nenhuma. As roupas secam ao sol, estendidas sobre o arame farpado que funciona muito bem como uma cerca. Que histórias têm para contar todas essas pessoas que passam? E então me bate uma súbita vontade de parar, perguntar, ouvir o

Nós e as músicas

Estou ouvindo mais uma das tantas músicas que eu gosto e você detesta. Você nem imagina o quanto eu preciso dançar com você nem que seja uma única música dessas. Na verdade, a gente já dança. Várias vezes. Quando estou mal, você me tira para dançar e eu me entrego aos seus beijos e ao toque da sua mão passeando pelas minhas costas. Você tem o sorriso lindo e eu não me canso de olhar pra você, não me canso de sentir teu rosto colado ao meu. Abro os olhos e você não está. Abro os meus olhos e continuo sonhando. E me pergunto se você pensa em mim com a mesma intensidade. Às vezes eu acho que sim. Outras vezes, acho que nunca. Eu não quero que você fique me testando, pra ver até onde eu vou por você, porque eu vou continuar te esperando aqui. Não importa quanto tempo passe, eu vou continuar sendo sua. Eu acumulo medos e sonhos. Eu tô guardando um beijo pra você. E quando toca It's a fluke, eu consigo ver você aparecendo, eu largando a mala pelo chão, correndo em direção ao teu abraço.