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Mostrando postagens de agosto, 2012

O baile dos sonhos

Era quase meia-noite e eu andava sozinha pelos corredores da escola. A escola, gigantesca, era dividida em três andares, e, ao longe, eu ouvia sons como que de uma festa. Segui o som e não encontrei absolutamente nada. Por mais estranho que fosse estar naquele horário, numa escola totalmente vazia, eu não sentia o mínimo de desconforto. Um vento muito forte começou a bater e por uns segundos achei que um temporal fosse cair. As folhas se desprendiam das árvores e as luzes do corredor principal do terceiro andar começaram a piscar. O vento cessou, mas um perfume de cheiro forte tomou conta do lugar e percebi que aquele era o seu perfume. Um frio tomou conta da minha barriga só de imaginar que eu você poderíamos estar sozinhos, tarde da noite e sem motivo algum. Seria coincidência? Como cheguei até aqui? O que eu to fazendo aqui? Aos poucos uma sombra foi surgindo na escadaria e eu quis correr. Mas o medo e a curiosidade fizeram minha perna travar por alguns instantes, sem me deix

O menino bonito

Parecia amor de Jardim de Infância. Não sei que diabos você fez para que eu não conseguisse mais tirar teu bendito -ou maldito- sorriso metálico da cabeça. Olhei pra você e senti vontade de escrever uma cartinha, como uma garotinha que decobre o primeiro amor e já imagina uma vida feliz e eterna ao lado do seu amado. Eu sou teatral demais, aviso desde já, e passei a te namorar no interior da minha imaginação. Você é a companhia perfeita pra andar de mãos dadas na hora do recreio. Eu te dou um pouco do meu lanche e você agradece com um beijo. Sou a mais animada na torcida da sua turma do futebol, ainda que você nem consiga dominar direito a bola. Você passa e eu fico observando cada movimento seu. E sinto ciúme quando você empresta uma borracha pra amiguinha que senta na sua frente. Somos novos demais para determinar posse um do outro. Quando volto pra realidade você continua sentado um pouco mais à frente da minha carteira e eu te observo escrevendo num caderno fino, de capa azul.

Insuficiente

De tanto querer que fosse você, eu desisti. E percebi que já não era pra você nenhum dos meus textos. Eu não conseguia formular nenhuma frase bonita se eu quisesse te usar como inspiração. Eu quis que você fosse a razão pela qual eu pudesse manifestar o que eu sentia sem medo nenhum de parecer ridiculamente apaixonada ou iludida por um 'felizes para sempre'. Agora me encontro aqui, às duas da manhã, imaginando um sorriso totalmente diferente do seu, que me faça enxergar outras cores além do cinza que sua presença deixou. Busco por olhares mais alegres e rostos que não me recordam nenhum pouco da sua aparência ou da sua voz. Ficar sozinha por um tempo, depois de me acostumar com a mesma companhia de sempre, parece desesperador. Mas a gente acaba se acostumando e percebendo que não é tão ruim assim. A sua roupa continua do lado esquerdo do guarda-roupa; seu contato ainda está salvo no meu celular com um apelido carinhoso e ainda guardo fotos nossas no papel de parede do compu

Ode aos [falsos] moralistas

Sabe aquelas pessoas que, além de chatas, fazem questão de jogar na tua cara que tudo o que tu faz/fala/ouve/assiste é coisa de criança? Pois é... Eu odeio! E, infelizmente, a sociedade tá cheias de pessoas assim espalhadas por aí, prontas pra te darem um sermão, por se acharem superiores ou mais cultas que você.

Heroi às avessas

Ainda que você não tenha trocado minhas fraldas e muito menos acordado em plena madrugada pra consolar meu choro, você ainda é meu heroi. Ainda que você não seja como aqueles pais de filme americano, que sabem lutar e enfrentam qualquer espécie de bandido pra salvar a filha indefesa, eu faço homenagem pra você, como nas festinhas da escola, no Ensino Fundamental, com direito a presentes e músicas ensaiadas com a classe durante semanas. Ainda que você tenha vícios ou minta, ainda que você tenha outra família ou apenas more longe, você sempre vai ser meu super-heroi sem capa, sem poderes e sem disfarces. Não sei se me acostumei com sua ausência, porque eu fico feliz quando você chega, mas me irrito quando você demora por muito tempo e ainda pra dar sermão de manhã, de tarde e à noite. Mesmo que a gente não converse bastante e mesmo que eu passe a maior parte do tempo trancada no quarto e você vendo seu futebol entediante na sala, eu fico feliz em só te ter por perto. Você fez sua

America's Best Dance Crew

Eu PRECISAVA compartilhar com vocês esse meu gosto por danças de rua, gente! Eu não danço absolutamente nada quando saio do meu quarto, mas fico deslumbrada quando vejo clipes musicais, filmes ou apresentações na TV que tragam esse tipo de dança. Na verdade, qualquer programa que envolva dança -tipo o So You Think You Can Dance e até mesmo o Dança de Rua no TV Xuxa- consegue me prender na frente da televisão. Em outra vida, eu seria líder de torcida AWN Nos últimos meses fiquei viciada no programa America's Best Dance Crew [ou ABDC], que passa todas as terças, às 18h, no Boomerang. Talvez vocês já tenham ouvido falar e talvez assistam também, mas pra quem não sabe, o programa é uma espécie de reality show musical, onde vários grupos de dança de rua precisam dar o melhor de si pra se tornarem os maiores e melhores dançarinos dos Estados Unidos! É cada apresentação incrível, com passos perfeitamente elaborados, que eu fico boquiaberta! Tento arriscar uns passos, mas eu sou um de

Um recado ao meu homem

Nada vai ser como antes [Culpa sua eu me tornar chata ao escrever a mesma coisa toda vez que começo um texto]. Não adianta quantas vezes eu leia a primeira carta que você me deu ou quantas vezes eu chore lendo versos nas minhas agendas de anos passados. De agora em diante as coisas vão ser assim: eu cá, você lá. Uns abraços apertados de vez em quando e um beijo sem vontade algumas vezes ao dia. Estamos muito ocupados e muito distantes, ainda que perto. Eu quase não ouço sua voz e nem percebo se você ta acordado ou dormindo. Eu não sei o que se passa na sua cabeça e tento engatar uma conversa, em vão. E acabo falando demais. Converso demais e sozinha. Vez ou outra planejamos ter uma casa, mas é muito de vez em quando. E acabo me acostumando com o fato de me afundar em livros, em músicas, ou nos textos escritos por outras pessoas. Demorei a perceber que não vamos mais conversar na beira da calçada até anoitecer. As despedidas, que antes eram doloridas e me faziam desejar que você fica