Seis e quarenta da manhã. Estamos deitados sobre minha cama, os lençois estão amarrotados, há embalagens de comida espalhadas pelo chão, o videogame dele está conectado à televisão, mas ambos estão desligados, e os controles estão em cima da cama também, juntamente com minha câmera, próximos aos nossos pés. Estou deitada sobre o peito dele, acariciando-o, e ele passa as mãos pelo meu cabelo, dando um beijo ou outro em minha cabeça. Acho que o sono finalmente está chegando, depois de termos passado a noite em claro, conversando e rindo. Tomamos café e vimos pela janela o nascer do Sol espantando a neblina da madrugada fria. Falamos sobre nosso passado, sobre o tempo em que ficamos longe um do outro, de todos os nossos desencontros e de como o universo pareceu conspirar contra nós. Falamos sobre um provável futuro juntos, nossos filhos correndo pela casa, nossos cachorros, nossos livros e viagens. Sorrimos e nos beijamos. Nunca estive tão feliz. Falamos sobre o presente, sobre estarmo