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Mostrando postagens de março, 2015
São duas horas da manhã. Te escrevo sem vontade nenhuma de continuar vivendo. Esse quarto, esse apartamento... tudo está tão bagunçado quanto as coisas que tenho sentido. Mal consigo encará-lo porque ando sem paciência para colocar certas bagunças no lugar. O que você sente? O que você quer? Eu queria poder pegar o carro e sair dirigindo por aí, sem rumo, todas as madrugadas. Eu não dirijo. Eu queria comprar uma garrafa grande e bem cara de uísque e tomar tudo sozinha, até entrar em coma alcoólico. Eu não bebo. Eu queria ir até a praia e dar um mergulho no rio, ficar flutuando, pensando em tudo o que eu não quero, em tudo o que eu não tenho ainda e talvez nem vá ter. Mas eu não sei nadar. Queria pegar a câmera e andar de ônibus fotografando as pessoas passando lá fora. Eu não tenho coragem. Eu queria comprar uma passagem pra ir pra tua cidade semana que vem, sem aviso prévio, sem nenhum plano, a não ser te encontrar. Mas eu não tenho dinheiro. Estou tão limitada. Meu mundo é esse quar

sobre meus demônios

Não adianta. Quanto mais tento lutar contra, mais forte eles ficam. Não gosto de sentir nada disso. Odeio ser desse jeito, porque acabo com você, acabo comigo. Aos poucos estou destruindo a gente. Eu nunca fico em paz. Não te deixo ficar em paz também. Vivo sendo aterrorizada pela minha própria imaginação. E minha mente nunca imagina coisas boas - quando imagina, em questão de segundos essa coisa boa é destruída. E acabo despejando tudo sobre você. Meus medos, minha insegurança. Eu sou meio louca mesmo. Fico possuída por uma raiva incontrolável. Passo madrugadas chorando, trancada no banheiro, imaginando coisas absurdas, mesmo depois de termos passado o dia e a noite bem. E eu não sei porque isso tá acontecendo agora; eu nunca tinha sido assim. Sempre fui ciumenta, confesso. E na maioria das vezes em que desconfiava de algo, era porque realmente algo estava acontecendo. Talvez agora essa minha insanidade seja apenas um reflexo dos meus medos. Tô neurótica. Eu mal consigo me concentrar

porque momentos bons existem.

Já faz um tempinho desde que escrevi meu primeiro texto para você. E cada vez que releio algum texto "antigo", vejo que os medos e as alegrias, os ciúmes e a insegurança, os planos e os choros ainda continuam os mesmos (por isso o uso das aspas lá na palavra antigo). Nós ainda estamos batendo na mesma tecla, na esperança de que ela vá funcionar para nós. Temos discutido com uma frequência quase que desestimulante. A vontade de jogar tudo fora e deixar pra lá é incontrolável. Mas aí vejo teus vídeos, tuas fotos, releio conversas - não como uma forma de me apegar ao que foi bom, porque ainda é, mas justamente para perceber que quando eu e você estamos juntos, somos pessoas melhores e funcionamos muito bem, sem brigas. Eu não desisto de você porque não faz sentido para mim desistir do que eu mais quero. Eu não posso desistir de nós dois só porque nos estranhamos algumas vezes. Meu ciúme fala mais alto, reconheço, e sempre tento me convencer de que posso mudar, de que posso s