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Mostrando postagens de outubro, 2012

Certas coisas nunca mudam

Eu já tinha desistido de esperar por você. Eu não olhava mais o celular esperando por mensagens suas e estava decidida a dar um rumo diferente para o caos que você deixou minha vida. E eu estava bem, juro. Te ver passando não fazia diferença e saber que outra pessoa tinha 'tomado' o meu lugar no assento do seu carro e do seu braço não me deixava triste. Eu conheci outras pessoas, me diverti com outros casos, outras fotos e até foras. Bebia moderadamente, mas o suficiente pra ficar bem 'felizinha'. É, eu realmente tinha superado qualquer coisa em relação a você. Eis que você me aparece no começo da tarde, sem aquele sorriso no rosto. Eu ajo naturalmente e finjo não perceber. A verdade é que, se meu olhar cruzar com o teu é fatal. Continuei evitando. Até que você me chama e pede pra conversar. E então percebi que certas coisas nunca mudam, ainda que você queira se livrar delas. Você continua com o mesmo corte de cabelo, a mesma sandália e as mesmas camisetas. Seu perfum

A alma que queria companhia

Ela passeava toda a tarde no jardim, porque as flores eram as únicas que gostavam de ouvi-la. Seu choro regava cada pétala. O toque de suas mãos acariciava cada espinho e ela já não sentia mais dor. A moça do cabelo longo, castanho-claro, sempre amarrado em coque por causa do calor excessivo, acendia uns dois ou três cigarros e observava o sol se pondo na cidade de pedras. Ela sentia falta da fazenda de beira de estrada, onde o riacho corria transparente por detrás da colina. Na cidade, o pôr-do-Sol nunca fora tão cinza. O nascer do Sol sim, era mágico. Ela escrevia sobre seus amores, todos falhos, estampados em porta-retratos na escrivaninha da sala, nunca concretos. Ouvia jazz e blues com um pouco de café, sentada na poltrona que ficava perto da janela. A poltrona perto da janela. Seu lugar preferido naquela casa tão grande, tão vazia, com cômodos ainda inutilizados. A poltrona de couro marrom, aconchegante, onde sempre pegava no sono, quase sempre às onze-e-pouco da noite. Seu q