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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Eu quero nós dois

Quero eu e você debaixo de um céu escuro. Com todas as estrelas e anjos que tivermos direito. Eu quero teu corpo sobre meu corpo e nossas mãos entrelaçadas, suadas e bem apertadas, só pra sentir que distância nenhuma nos separa. Eu quero que tua cama seja minha e que nossas conversas terminem sempre com um sorriso. Quero que nossas noites de sono comecem com um abraço e um carinho de leve na nuca. Não quero que elas terminem, porque gosto de sonhar com você. Eu quero te apresentar a meus pais e quero que eles entendam o por quê de eu ter te escolhido. Quero que eles encontrem nos teus olhos o motivo que me faz cometer loucuras. Quero que eles ouçam na tua conversa o tom de voz que me acalma e me conforta. Quero mostrar você a ninguém, então te guardo a sete chaves dentro do quarto e do peito. Você é um segredo meu, que, paradoxalmente, preciso exibir aos sete ventos. Quero que tuas músicas preferidas combinem com as minhas, embalando nossa história numa única melodia. Você

Mobília

Sinceramente, não sei o que ainda faço acordada. São quase duas horas da manhã, sem esse negócio de horário de Brasília, são quase duas da manhã mesmo, sem uma hora para mais ou para menos, porque no norte não tem fuso horário, graças a Deus. Estou sentada aqui na sala de casa, não necessariamente aquela que você conheceu, porque eu mudei algumas coisas - troquei a velha cortina de pano por uma persiana estampada com detalhes verdes e brancos, e eu nem sei se isso é verde ou azul, mas acho que é verde mesmo, embora olhando direito e com mais atenção ela pareça azul. Persianas parecem ser mais práticas e eu tenho evitado coisas que me dão muito trabalho. Eu já quebro cabeça demais comigo mesma. Mudei também aqueles sofás desbotados. Coloquei uns bancos, tipo banco de balcão de bar, mas já me arrependi, porque o sofá é sempre mais confortável, e agora eu quero trocar de novo os bancos pelo sofá, porque eu vivo numa indecisão que Deus me livre de mim. Ainda bem que você se livrou.

Memórias de viagem

Coloco a cabeça contra o vidro da janela direita do banco de trás do carro. Lá fora, uma paisagem linda me transporta para outro lugar. As árvores, carregadas de frutas, vão passando e ficando para trás. Assim como as árvores, também ficam para trás alguns planos e metas. Abro mão de objetivos, que me pareciam facilmente alcançáveis, em busca de uma vida nova. O vento invade o interior do carro violentamente, espalhando meus fios de cabelo. Observo as casas que vão surgindo ao longe e não esqueço da minha imensurável vontade de ter uma casa dessas de beira de estrada: amadeirada, com varanda, um riacho passando nos fundos, um quintal imenso, quase infinito, onde pudéssemos jogar bola ou montar um jardim. Vejo as crianças correndo descalças e sem preocupação nenhuma. As roupas secam ao sol, estendidas sobre o arame farpado que funciona muito bem como uma cerca. Que histórias têm para contar todas essas pessoas que passam? E então me bate uma súbita vontade de parar, perguntar, ouvir o

Nós e as músicas

Estou ouvindo mais uma das tantas músicas que eu gosto e você detesta. Você nem imagina o quanto eu preciso dançar com você nem que seja uma única música dessas. Na verdade, a gente já dança. Várias vezes. Quando estou mal, você me tira para dançar e eu me entrego aos seus beijos e ao toque da sua mão passeando pelas minhas costas. Você tem o sorriso lindo e eu não me canso de olhar pra você, não me canso de sentir teu rosto colado ao meu. Abro os olhos e você não está. Abro os meus olhos e continuo sonhando. E me pergunto se você pensa em mim com a mesma intensidade. Às vezes eu acho que sim. Outras vezes, acho que nunca. Eu não quero que você fique me testando, pra ver até onde eu vou por você, porque eu vou continuar te esperando aqui. Não importa quanto tempo passe, eu vou continuar sendo sua. Eu acumulo medos e sonhos. Eu tô guardando um beijo pra você. E quando toca It's a fluke, eu consigo ver você aparecendo, eu largando a mala pelo chão, correndo em direção ao teu abraço.