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Mostrando postagens de dezembro, 2013

Estrago

Veja o estrago que você provoca em mim. Minha cabeça revira, meus pensamentos colidem, minha atenção se perde. Você me causa anseios, me deixa com vontades e não se compadece com a poluição que deixas na minha alma. Já faz tempo que você se foi dos meus dias, mas ainda mora no meu peito, apertando meu coração. Ainda te preciso, nem que seja para varrer minha saudade para baixo do tapete ou para acumular lembranças no cantinho da porta. Não importa qual seja a distância que separa você de mim, sempre te deixarei voltar, sempre te deixarei entrar. Só não repara na bagunça, mas eu precisei dormir maquiada para esconder a dor. Não repara no meu cheiro, é só o meu inválido amor que aos poucos entra em estado de decomposição.
Para Ang. De um mistério de terras distantes Das conversas madrugadas adentro Dos pensamentos meus, infelizes a te imaginar Do meu corpo sedento a te desejar De um querer que jamais será meu Das palavras perdidas, a buscar os olhos teus Da tua voz a embalar meu nome Do abandono em que me deixas, cada vez que somes Da minha incansável espera pela tua chegada De cada sonho que sonho acordada Meu olhar desatento e perdido Minha voz baixa e falha a te fazer um pedido Já não peço que venhas ou que sejas meu Desacredito nas fantasias a me machucar Do meu pranto abafado em meio aos lençóis Por saber que tu e eu nunca seremos nós.

Cuida dela

Não era carência; crianças não sabem o que isso significa. Adultos deveriam não saber também. Mas ela queria carinho, não desses de deitar no colo e receber cafuné. Ok, desses também, talvez. Mas ela queria seus sorrisos e olhares atenciosos em direção a ela. Ela tem o sorriso incrível, não tem? Ela quer atenção e um pouquinho de conversa. Não dessas conversas chatas, sérias e cansativas sobre exigências, deveres e obrigações. Talvez ela só queira que você saiba qual a cor preferida dela. Você sabe qual é? Sabe qual o ursinho que ela escolhe para dormir? Não, não é aquela boneca de pano, porque ela dorme sozinha. Que saudade que eu tenho do cheiro do cabelo dela e de suas mãos pequenas e macias descansando sobre meu coração frágil.  Mas experimente dormir de conchinha com ela, enquanto acaricia seus cabelos e suas costas; ela gosta. Me diga: o que você sabe a respeito dela? Ela só precisa de um passeio de carro pelo bairro, de uma caminhada até o parquinho ou que você a ensine pular a

Carta na garrafa

Andei percebendo que já não penso em você com tanta frequência. Não penso mais com tanta frequência, embora pense com muita intensidade. Você ainda é a causa da minha dispersão. É você meu último pensamento antes de dormir, mesmo que ultimamente eu quase não tenha imaginado mais nosso futuro - se é que temos um (juntos). É um paradoxo de querer não te querer tanto, enquanto passo a te querer mais e mais. Você se lembra de quando houve um tempo em que nós costumávamos sonhar o mesmo sonho? Eu, você, talvez crianças correndo pela casa... E era tudo tão natural: a minha necessidade de você, minha vontade de querer te ter por perto, de querer te ter pra mim. Nossos planos pareciam tão reais, que eu tinha a sensação de que em breve, muito em breve, eu estaria contigo - no fim de semana, na semana seguinte, no fim do mês ou no mês seguinte. Veja bem... Já se passou tanto tempo! Eu tinha tanta coisa bonita para te oferecer, que me recuso a aceitar que todas essas coisas bonitas estejam escap