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Mostrando postagens de agosto, 2013

Tolice

Tenho sonhos tolos, desses que ninguém acha graça nem põe muita fé. Será que um dia consigo realizar pelo menos um? Eu quero ter uma casa grande, amadeirada, com quatro cachorros e três quartos. E muitos livros. Eu tenho vontade de morar sozinha com 25 anos. Tenho vontade de dirigir, pra meter o pé na estrada e parar num quilômetro qualquer e fotografar aqueles riachos, sabe? (aqueles, você sabe) Eu quero fazer publicidade. E tatuar 'MAKTUB'. Tenho vontade de ter uma melhor amiga, que possa dormir na minha casa, de vez em quando. Daí a gente assiste filmes, desses sem pé nem cabeça (tipo Sociedade dos Poetas Mortos) ou então a gente conversa e ri até tarde da noite/madrugada/manhã. Dessas que te deixam falar do mesmo garoto o tempo inteiro, com a mesma empolgação, a mesma felicidade, até a felicidade se transformar em choro. E ela também lê teus textos e gosta (ou não) e também escreve textos. Eu costumava ter uma melhor amiga dessa, até eu engravidar. E me mudar. E ela também

Desabafo I

Já se passou uma hora desde que cheguei no trabalho. E eu aqui, toda atarefada, mas sem conseguir me concentrar. Tem cerca de sete ou oito abas abertas numa única janela, o que torna mais lenta ainda a minha produção. Sabe quando não dá pra tirar alguém da cabeça, mesmo quando a sua vontade é esquecê-la de vez? Eu durmo e acordo pensando a mesma coisa, todos os dias. Meus pensamentos resumem-se a uma única pessoa. Minha mãe tem razão em me achar tola e idiota; meus amigos têm razão por não me darem ouvidos. (To oscilando entre a edição desse texto e a montagem do clippin g. Querendo ou não, conseguindo ou não, eu preciso fazer isso). Aí, eu paro e me pergunto se você pensa em mim com a mesma intensidade que eu penso em você. Me pergunto se você sente vontade de ficar comigo, assim como eu sinto. (ai, meu Deus, eu vou atrasar tudo aqui). Eu gostaria de não ser tão viciada em redes sociais. Sério. Isso é um problema. Eu quero desativar o Twitter e o Facebook, só para evitar ler aquelas

Ribeirinha

Mostraram-me uma bela paisagem: árvores de galhos secos, crescidas dentro da água. As marcas da enchente, que agora diminuía de nível, estavam estampadas nos largos troncos da Sumaúma. Ao longe, uma casa de madeira, cercada pelo verde e pelo rio. No horizonte, o Sol estava se pondo e a calmaria soprava vento no rosto, espalhando os fios soltos do coque no alto da cabeça. Eu ficaria naquele barco até anoitecer. Os pássaros deixariam o céu e se esconderiam no meio da floresta, deixando a mim somente o doce som de seu canto. As estrelas apareceriam e eu estaria deitada, dentro do barco, observando o movimento de cada uma delas. Astronomia é fascinante; um dia aprendo a reconhecer a constelação de Órion. Nunca mais vi uma estrela-cadente. E eu preciso pedir tanta coisa! Tenho sentido uma grande atração por árvores de galhos secos. Altas, elas destacam-se entre as folhagens presas a troncos curtos. E permanecem com uma beleza diferenciada justamente pela ausência de folhagem.  Mas eu não s
Nossos caminhos nunca serão um só. Um dia se cruzaram, nem sei como, perderam-se por um tempo, e tornaram-se a se juntar. Mas nunca sendo um caminho só. Tento administrar esse sentimento que me impede de seguir adiante, de conhecer mais gente, me envolver com outros. Quero me livrar disso - e ao mesmo tempo não quero. E se me perguntarem, algum dia, como era o amor da minha vida, eu direi: não conheci.

Névoa de agosto

Na viagem de volta para casa, ela desejava que aquele caminho a levasse até ele. Assim. Por algumas horas. Em terra firme. Com o vento batendo no rosto, que mal dava para ouvir o som do carro e bagunçava os fios do cabelo. Ele dizia sentir falta dela e do cheiro que acumulava no seu pescoço, quando ela saía do banho. Sentia falta do modo como ela se aninhava no peito dele, antes de dormir. Era, porém, moça proibida, de caminhos diferentes, de lugares distantes, que acumularia lembranças depois. Moça tagarela, do canto alegre e desafinado. Ela já nem sempre tão alegre assim, percebia ele, mas com um sorriso encantador. Ela queria o jovem guitarrista, da barba mal feita, da voz aveludada. Porém era moço proibido. Lindo demais para mim, pensava. Moço responsável e dócil, gentil e nobre. Os pensamentos se vão e ela se concentra no vento que vem da estrada. Parou num acostamento e observou as árvores que balançavam. Sempre quis acampar com ele; faziam planos. Barraca, fogueira, marshmallow

RESENHA: Extraordinário - R.J. Palacio

Extraordinário é um livro muito bom! Muito mesmo. Fiquei feliz que ele tenha conseguido prender minha atenção, porque logo no começo achei meio entediante e fiquei com medo de abandonar a leitura. Mas ele traz uma mensagem muito bonita e se eu tivesse que classificar de uma a cinco estrelas, eu marcaria quatro estrelas.  SINOPSE: August (Auggie) Pullman nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros. Confesso que fiquei irritada com o Auggie no comecinho do livro, porque ele reclama do jeito como as pessoas olham pra el
Escreva-me versos. Mande-os em cartas transcritas à tinta. Com tua inteligência abusiva. Excessiva. Transforma-me em teu par de dança nas noites frias, em frente à lareira.

Falta.

Queria entender esse meu afeto repentino por pessoas recém-conhecidas. A minha extrema necessidade de conversação e interação com quem, até então, era inexistente para mim. Queria entender como é possível sentir falta do que foi vivido em um pequeno espaço de tempo e até mesmo do que nem foi vivenciado ainda - nem será. Eu tenho me cansado das pessoas de sempre, de suas conversas sempre tão melancólicas - e veja bem, eu adoro tons de melancolia em cenas do cotidiano!-, seus assuntos sempre tão vazios e desinteressantes - e veja bem, eu sou a pessoa mais desinteressante do universo! Abro a agenda de sempre, rabiscada com uma coisinha aqui, outra ali, no cabeçalho, no rodapé da página, fico imaginando algumas outras tantas viagens e penso no quanto o mundo é gigante e eu adoraria conhecer mais pessoas, nem que fosse por dez dias. E talvez elas me fizessem escrever um trecho novo na minha agenda de sempre, me levariam para fotografar e conhecer outros lugares e me fariam escutar músicas