Pular para o conteúdo principal

Falta.

Queria entender esse meu afeto repentino por pessoas recém-conhecidas. A minha extrema necessidade de conversação e interação com quem, até então, era inexistente para mim. Queria entender como é possível sentir falta do que foi vivido em um pequeno espaço de tempo e até mesmo do que nem foi vivenciado ainda - nem será. Eu tenho me cansado das pessoas de sempre, de suas conversas sempre tão melancólicas - e veja bem, eu adoro tons de melancolia em cenas do cotidiano!-, seus assuntos sempre tão vazios e desinteressantes - e veja bem, eu sou a pessoa mais desinteressante do universo! Abro a agenda de sempre, rabiscada com uma coisinha aqui, outra ali, no cabeçalho, no rodapé da página, fico imaginando algumas outras tantas viagens e penso no quanto o mundo é gigante e eu adoraria conhecer mais pessoas, nem que fosse por dez dias. E talvez elas me fizessem escrever um trecho novo na minha agenda de sempre, me levariam para fotografar e conhecer outros lugares e me fariam escutar músicas novas, músicas que não ouço de costume, músicas muito melhores das que eu ouço de costume. Mas aí eu continuo deitada na cama de solteiro no quarto da minha mãe, com a agenda aberta, nada rabiscado, uma música melancólica tocando no fone de ouvido, uma lágrima acumulada no canto do olho, pensando no quanto eu poderia ter aproveitado (muito) mais os meus dez dias felizes. Como é possível sentir falta do que foi vivido em apenas um pequeno espaço de tempo, com quem, até então, era inexistente para mim?

Comentários

  1. talvez pelo fato de que o importa de vdd não seja a quantidade de tempo e sim a intesidade em que se viveu esse tempo...ou quem sabe seja apenas coisas de alaiza.......

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

As melhores frases de Will e Will (John Green e David Levithan)

Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay...

RESENHA: Proibida pra mim - Gustavo Reiz

Oi, gente! É com muita empolgação que venho escrever a resenha de hoje, que é do divertidíssimo livro Proibida pra mim , do Gustavo Reiz . E vou confessar: incorporei CADA PERSONAGEM! A 'trama' é típica de temporadas da Malhação, sabe? Sem contar que esse título me lembrou o Chorão e, logo, despertou minha curiosidade (não sei se teve alguma inspiração na música de mesmo nome, mas acredito que sim, já que envolve música e rock e tal). Mas o fato é que eu adoro romance, se for adolescente, então, melhor ainda! Eu ri MUITO, chorei pouquinho (é lei!), mas foi de inveja porque eu AINDA ACREDITO que vou me apaixonar por um cara que toca violão e vai fazer uma música pra mim, assim como no livro. Não? Tudo bem #desilusões. Vamos à resenha: o livro conta a história do romance proibido entre os adolescentes Pedro e Lia. Ele, compositor da banda Os Infiltrados, filho da compreensível Simone e do ocupadíssimo Ricardo, e amigo de Ogro, Rafa, Japa e Arthur - todos são umas figuras, ...

RESENHA: Extraordinário - R.J. Palacio

Extraordinário é um livro muito bom! Muito mesmo. Fiquei feliz que ele tenha conseguido prender minha atenção, porque logo no começo achei meio entediante e fiquei com medo de abandonar a leitura. Mas ele traz uma mensagem muito bonita e se eu tivesse que classificar de uma a cinco estrelas, eu marcaria quatro estrelas.  SINOPSE: August (Auggie) Pullman nasceu com uma síndrome genética cuja sequela é uma severa deformidade facial, que lhe impôs diversas cirurgias e complicações médicas. Por isso ele nunca frequentou uma escola de verdade... até agora. Todo mundo sabe que é difícil ser um aluno novo, mais ainda quando se tem um rosto tão diferente. Prestes a começar o quinto ano em um colégio particular de Nova York, Auggie tem uma missão nada fácil pela frente: convencer os colegas de que, apesar da aparência incomum, ele é um menino igual a todos os outros. Confesso que fiquei irritada com o Auggie no comecinho do livro, porque ele reclama do jeito como as pessoas olham pr...