Eu insistia nisso porque tinha esperança de que seríamos
melhores. Eu estava convicta de que você mudaria e me daria aquilo que eu tanto
esperava. Mais do que isso: daria exatamente aquilo que eu merecia.
Mas o tempo passou e nós só regredimos. Você enjoou dos meus
ciúmes e eu cansei da sua pose de machista mandão. Eu que costumava abrir mão
de tudo por você, simplesmente cansei. Cansei de ficar por detrás dos panos,
sendo a namorada que ninguém conhece. Sua mãe já sabe que eu existo? Você sente
orgulho ao falar de mim para os seus amigos? Ou só fala de mim quando decide
reclamar do nosso namoro para as suas amigas?
Esqueci de quantas vezes você reclamou das minhas postagens
bonitas dedicadas a você nas redes sociais, de quantas vezes pedi para que você
me apresentasse à sua família. Mas é como você disse: você não é do tipo
romântico e as coisas têm que ser do seu jeito. Se to achando ruim, que eu caia
fora.
E é o que to fazendo agora. Deixando para trás todos os
planos perfeitos que fiz pra nós dois, porque afinal, você não os levava muito
a sério. Você não queria cuidar de mim, queria me ter como posse. Não queria
ser meu amigo, queria ser meu dono – e você colocou uma cerca elétrica em quase
tudo e todos ao meu redor. Você não levou a sério o que eu sentia de verdade, e
brincava de ir e vir sempre que te dava vontade. E eu sempre estava de braços
abertos pra te receber de volta, pra te receber bem.
Eu, que tinha que me contentar com as poucas coisas que você
me oferecia, acabei não me contentando com nada. Já não te procurava depois de
uma briga e muito menos esperava que você fosse voltar. É que eu não sou pouca
coisa, sabe? E sei que posso ser boa o suficiente para que alguém tenha em
orgulho em dizer: ela é minha. Foi ela quem eu escolhi para viver feliz.
Você não tem culpa. Eu que moldei à minha maneira o namoro
perfeito com a pessoa errada. E agora eu vou nessa, antes que eu me prenda e me
perca ainda mais num futuro que nem vai chegar.
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