Não era nenhuma data comemorativa. Nenhum dia especial. Aparentemente.
Ela tinha acordado mais cedo que eu, como de costume. Correu para o banheiro e tomou o rotineiro banho de sete minutos. Sete minutos. Tempo suficiente para que ela saísse do banheiro renovada, exalando o cheiro do sabonete que costumava pedir pelo catálogo e que deixava nosso quarto perfumado. Eu a observei vestir, meio apressada, a roupa que deixou separada na noite anterior - talvez tivesse acordado um pouco fora do horário -, e ainda assim, apressada e correndo contra o tempo, ela conseguia ser linda. Quando foi a última vez que eu disse isso a ela?
Mas ela ainda mantinha o olhar triste. Esse olhar ela sabia disfarçar sempre que saía pela porta, e então deixava seu outro lado tomar conta; nesse lado a tristeza não se fazia presente, ela gargalhava e via em quase tudo motivo para fazer os outros sorrirem também; transbordava alegria.
Ainda sonolento, desejei-lhe bom dia. Ela me olhou e abriu um largo sorriso. "Bom dia, amor". E sua voz me transmitia paz. Penteou os cabelos. Colocou os brincos. Passou batom Espirrou perfume nos pulsos e fez um delineado nos olhos. Eu era apaixonado pelo verde dos olhos dela. Jogou um beijo na minha direção e ainda pude ler quando seus lábios sussurraram um "eu te amo", mas saiu antes que eu pudesse responder.
Percebi que há tempos eu não fazia um elogio a minha mulher. E talvez esse tenha se tornado o motivo do brilho apagado dos seus olhos. Comecei a me sentir culpado por isso. Parei para analisar todas as vezes em que descontei sobre ela meu estresse, e ainda assim, ela arrumava um jeito de me fazer carinho. Minhas ligações deixaram de ser amigáveis e passei a tratá-la com rispidez. O que eu tava fazendo com o nosso casamento?
Cheguei à conclusão que ligá-la sem um motivo especial quando ela já estivesse no trabalho, e dizer o quanto ela estava linda quando saiu pela manhã e também quando foi dormir ontem à noite, e em todos os dias anteriores, seria uma ótima surpresa. Eu precisava dizer o quanto eu sou apaixonado por ela e pelas coisas que ela faz, que tenho muita sorte em tê-la ao meu lado. Eu estava decidido a me desculpar pelas minhas grosserias, pela minha impaciência e que sim, ela me completa e me faz muito feliz.
Antes de ligar, saí para comprar flores para mandar até seu escritório, mesmo que ela não fizesse questão disso. Assim ela poderia me dizer como se sentiu ao recebê-las. Mas quem recebeu um telefonema primeiro foi eu. Ela não chegou no trabalho nessa manhã. Deixei passar tempo demais e a perdi antes que eu pudesse falar de todo o meu amor. O "eu te amo" sussurrado dela foram suas últimas palavras e minhas flores acabaram sendo entregues para outro lugar.
Ela tinha acordado mais cedo que eu, como de costume. Correu para o banheiro e tomou o rotineiro banho de sete minutos. Sete minutos. Tempo suficiente para que ela saísse do banheiro renovada, exalando o cheiro do sabonete que costumava pedir pelo catálogo e que deixava nosso quarto perfumado. Eu a observei vestir, meio apressada, a roupa que deixou separada na noite anterior - talvez tivesse acordado um pouco fora do horário -, e ainda assim, apressada e correndo contra o tempo, ela conseguia ser linda. Quando foi a última vez que eu disse isso a ela?
Mas ela ainda mantinha o olhar triste. Esse olhar ela sabia disfarçar sempre que saía pela porta, e então deixava seu outro lado tomar conta; nesse lado a tristeza não se fazia presente, ela gargalhava e via em quase tudo motivo para fazer os outros sorrirem também; transbordava alegria.
Ainda sonolento, desejei-lhe bom dia. Ela me olhou e abriu um largo sorriso. "Bom dia, amor". E sua voz me transmitia paz. Penteou os cabelos. Colocou os brincos. Passou batom Espirrou perfume nos pulsos e fez um delineado nos olhos. Eu era apaixonado pelo verde dos olhos dela. Jogou um beijo na minha direção e ainda pude ler quando seus lábios sussurraram um "eu te amo", mas saiu antes que eu pudesse responder.
Percebi que há tempos eu não fazia um elogio a minha mulher. E talvez esse tenha se tornado o motivo do brilho apagado dos seus olhos. Comecei a me sentir culpado por isso. Parei para analisar todas as vezes em que descontei sobre ela meu estresse, e ainda assim, ela arrumava um jeito de me fazer carinho. Minhas ligações deixaram de ser amigáveis e passei a tratá-la com rispidez. O que eu tava fazendo com o nosso casamento?
Cheguei à conclusão que ligá-la sem um motivo especial quando ela já estivesse no trabalho, e dizer o quanto ela estava linda quando saiu pela manhã e também quando foi dormir ontem à noite, e em todos os dias anteriores, seria uma ótima surpresa. Eu precisava dizer o quanto eu sou apaixonado por ela e pelas coisas que ela faz, que tenho muita sorte em tê-la ao meu lado. Eu estava decidido a me desculpar pelas minhas grosserias, pela minha impaciência e que sim, ela me completa e me faz muito feliz.
Antes de ligar, saí para comprar flores para mandar até seu escritório, mesmo que ela não fizesse questão disso. Assim ela poderia me dizer como se sentiu ao recebê-las. Mas quem recebeu um telefonema primeiro foi eu. Ela não chegou no trabalho nessa manhã. Deixei passar tempo demais e a perdi antes que eu pudesse falar de todo o meu amor. O "eu te amo" sussurrado dela foram suas últimas palavras e minhas flores acabaram sendo entregues para outro lugar.
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