Ah que saudade que eu sinto de você. São quase duas da manhã
e te escrevo com lágrimas nos olhos e um vinho barato me fazendo companhia. Você
sabe que vinho nunca foi meu forte e eu ando fraca demais. Escolhi uma seleção de
jazz que nunca tinha escutado antes, aliás, nunca parei para ouvir jazz na
madrugada, nem mesmo quando você estava aqui e saía, batendo a porta, me
virando as costas e me deixando falando sozinha no meio das nossas discussões. Minha
cama também te chama. Meu corpo sente tua falta, a falta do calor do teu corpo
e dos teus beijos. A maquiagem borrada não mostra nem metade do estrago que me
consome por dentro. Teu cheiro ainda circula pelo corredor da casa. Não me
atrevo a trocar os lençóis e, por descuido, lavar nossas lembranças enroladas
nele. Ainda guardo tanta coisa boa de você! Teus vídeos cheios de sorrisos e canções
e declarações. Teu canto desafinado e lindo. Tua barba cheia, passeando
lentamente pelas minhas costas e rosto e pescoço. Tuas cartas ainda perfumadas,
e nossas fotos – agora sem brilho. E eu nem sei se você ainda pensa em mim. Mas
criei raízes na nossa historia e não arrisco cultivar sementes em outros
livros, novas aventuras. Passo café todas as tardes na esperança de que você
volte. Aprendi a fazer sua comida preferida. Tarde demais, eu sei, mas eu
aprendi. Lembrei do quanto você insistia em dizer que não era difícil aprender
a receita, desde que se cozinhasse com amor. E, amor, falta você agora. Me pego
rodopiando sozinha pela sala timidamente iluminada pela luz das velas. Fico girando
até perder a noção do tempo, dos sentidos e das lembranças, que tanto machucam.
Desabo num sono infinito, acompanhado de soluços intermináveis. E tudo o que eu
desejo agora é acordar do seu lado amanhã e perceber que tudo não passou de um
pesadelo.
Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay
Muito Lindo
ResponderExcluirObrigada pela visita, Camila. Fico feliz que tenha lido e gostado <3
ExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir