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São duas horas da manhã. Te escrevo sem vontade nenhuma de continuar vivendo. Esse quarto, esse apartamento... tudo está tão bagunçado quanto as coisas que tenho sentido. Mal consigo encará-lo porque ando sem paciência para colocar certas bagunças no lugar. O que você sente? O que você quer? Eu queria poder pegar o carro e sair dirigindo por aí, sem rumo, todas as madrugadas. Eu não dirijo. Eu queria comprar uma garrafa grande e bem cara de uísque e tomar tudo sozinha, até entrar em coma alcoólico. Eu não bebo. Eu queria ir até a praia e dar um mergulho no rio, ficar flutuando, pensando em tudo o que eu não quero, em tudo o que eu não tenho ainda e talvez nem vá ter. Mas eu não sei nadar. Queria pegar a câmera e andar de ônibus fotografando as pessoas passando lá fora. Eu não tenho coragem. Eu queria comprar uma passagem pra ir pra tua cidade semana que vem, sem aviso prévio, sem nenhum plano, a não ser te encontrar. Mas eu não tenho dinheiro. Estou tão limitada. Meu mundo é esse quarto, meus cadernos. Eu não saio, não te encontro. Eu só te espero. E você, o que faz? Como tá a sua vida aí? Eu quero tanta coisa. Me tira desse lugar. Foge comigo só por uma semana; eu quero que seja só nós dois. Nem que seja só por uma semana. Me ensina a dirigir, me leva pra beber de madrugada, me ensina a fumar. Me leva para a praia e faz amor comigo na areia, no mar. Me ensina a nadar. Deixa eu fotografar nós dois juntos. Deixa eu fotografar você. Acho que você também quer muita coisa, né? Eu tô nos teus planos?

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