Acordei com o peito apertado. A
sensação não era estranha. Coração batendo forte e acelerado, pensamentos
perdidos, falta de apetite e sono inquieto. Alguns falaram que ouvir música
triste era terapêutico. Coloquei música. Várias delas. Fiz uma playlist
melancólica. A sensação piorou: a dor escorreu pelos olhos. O peito apertado
sentia um vazio. E meus braços sentiam também, e o outro lado da cama esperava
por alguém. Reli mensagens, refiz na memória cenas de encontros, reencontros e
desencontros. Cada lembrança fazia a dor do peito aumentar. Eu queria que o
remédio para curar aquilo fosse voltar no tempo e fazer tudo de novo, só que
diferente. Pensar em arrependimento não melhorava em nada. Levantei e olhei as
roupas espalhadas em cima da cama. Faltava-me vontade para arrumá-las.
Faltava-me vontade para muitas outras coisas. O aperto no peito continuava a me
machucar, então achei melhor disfarçar com um “bom dia” e tomei uns goles de
café. Não almocei. Nem ontem, nem hoje e amanhã não sei como estará minha dor.
Mudei o caminho da faculdade para o caminho do hospital. Procurei um médico qualquer
que entendesse de aperto no peito. Ele mostrou-me algumas fotos e alguns áudios
e a dor que machucava, ao mesmo tempo consolava. Diagnosticou saudade. Saudade
de quem ficou em outro lugar e saudade de quem nem veio ainda das bandas de
lá. Perguntei qual o remédio e
infelizmente minha dor só pode ser curada com ausência de distância. O remédio
é caro. Mas a doença é passageira, disse ele. Vez em quando vem assim,
devagarzinho, e machucando sem a gente perceber. Ela some por alguns dias e é
justamente nesses dias que você precisa recuperar a alegria desperdiçada. Agora
vá para casa e engane a saudade ouvindo a voz de quem tanto faz falta. Voltei
para casa, coloquei música triste. Várias delas. Me encolhi debaixo das
cobertas, apreciei a solidão e esperei a saudade secar em forma de lágrimas.
Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay
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