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Sobre a vida real

Bem... Eu realmente não sei como começar. Há semanas recuso a aceitar a (minha) vida como ela é, de fato. Existe um lugar - na verdade, ele não existe - onde tudo o que acontece é mais prazeroso. Esse lugar existe quando encontro-me sozinha, ou quando estou submersa em minhas leituras, ou viajando numa terceira dimensão através do meu fone de ouvido. Há semanas minhas fantasias tornaram-se frequentes, desviando minha atenção da realidade. Perdi o foco (a força e a fé, também). Anseio por sonhos que, aparentemente, serão apenas sonhos, tanto agora, quanto amanhã ou depois, ou daqui a cinco ou dez anos. Deixei de aceitar a realidade, porque me perdi nas minhas próprias histórias inventadas. Acontece que, obrigatoriamente, preciso desassociar o imaginário do real, vez ou outra. E então bate a amargura, o medo. Bate a solidão e a tristeza por perceber que minhas metas estão distantes. Bate nostalgia de um passado bom, que vivi ocasionalmente e não mais irá voltar. Fico frustrada quando percebo que minha alegria efêmera é baseada em momentos que nunca chegarão, e que pessoas que eu gostaria de ter por perto, jamais farão parte do meu dia-a-dia. Não de carne e osso. Não na vida real. A frustração transforma-se em lágrimas. Troquei noites divertidas entre amigos por horas de sono. Estou viciada no aconchego da minha cama e contento-me em interagir com conhecidos e desconhecidos através do celular. Preciso parar de fantasiar. Preciso parar de fantasiar. Tenho que parar de fantasiar. Odeio ser de Peixes (é sempre mais fácil colocar a culpa das nossas fraquezas em algo ou alguém, do que assumir que nós mesmos somos os únicos e verdadeiros culpados pela existência delas). Às vezes, eu só preciso que entendam a minha insanidade, sem perguntarem ou julgarem nada. Tenho evitado sorrir de algumas histórias, mas é porque meu pensamento sempre está longe e quero evitar falsos sorrisos. Tenho evitado me compadecer com a tristeza alheia, porque só a minha é suficiente e, sim, sou egoísta. Perdoem meu estresse, porque nem eu entendo, já que tenho o motivo mais lindo do mundo pra viver feliz. E é só por causa desse pequeno e significativo motivo que eu aceito as dores de viver a vida real. Facebook é patético.

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