Pular para o conteúdo principal

Esqueça

Olha, cara. Eu acho melhor você aceitar que acabou e não dá mais. Você continua insistindo em querer voltar com ela, mas dessa vez acho que é pra valer. Ela não dá sinais de que sente sua falta e muito menos de que está infeliz sem a sua companhia. Aceita que você já foi o homem da vida dela (um dia). Mas agora esse lugar está prestes a ser ocupado por outra pessoa. Eu sei, isso dói e machuca. E a culpa é toda sua. Você sabe disso, não sabe?

Talvez ela tenha conhecido alguém ou talvez só queira ficar sozinha por um tempo, pra ver se absorve os resíduos que sobraram de vocês dois. Ela deixou acumular muita coisa embaixo do tapete, para que ninguém notasse a sujeira que vocês formavam. No começo deve ter dado um trabalho danado para limpar tudo, mas agora ela já nem repara se sobrou um restinho de pó. Nem repara se sobrou alguma coisa de você.

Não adianta querer mostrar que a ama e que sente a falta dela todos os dias, porque ela não vai querer te ouvir. Agora não mais. E para de chorar também. Você mais do que ninguém sabe como ela detesta essa atitude de chorar pelo leite derramado. E pagar de vítima não é uma atitude inteligente. Mas também não precisa ser arrogante e estúpido quando ela não quiser conversar contigo. Só não dá pra forçar uma relação que desgasta e estressa e irrita e atrasa.

Ela finalmente criou coragem para seguir a vida dela sem você. É como começar a andar com as próprias pernas pela primeira vez, sem precisar depender tanto assim de quem não estava feliz em ajudar. E te confesso uma coisa: ela até que está se saindo bem, meu caro. Não acredita? Também não acreditaria, se eu não tivesse visto com meus próprios olhos. Mas tua pequena já não é tão pequena assim, rapaz. E nem tua ela é mais. Ela surpreende a cada dia e me sinto orgulhosa por isso. Fico orgulhosa por ela.

Olha, cara. Eu acho melhor você esquecê-la de vez. Ou pelo menos desapega dessa história que agora não mais é escrita sobre você e ela. Isso te machuca, bem lá no fundo. Todos sabem. Esquece qualquer coisa que venha dela e segue tua vida também. Aprende que esse negócio de dar-valor-a-quem-se-ama-só-depois-que-perde não vai trazer a pessoa amada de volta em sete dias ou três. Nem na semana seguinte. Nem mês que vem. Ela não vai voltar.

Ela conviveu tanto tempo sozinha mesmo estando contigo, rapaz, que acabou esquecendo como era conviver com você. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As melhores frases de Will e Will (John Green e David Levithan)

Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay

RESENHA: Proibida pra mim - Gustavo Reiz

Oi, gente! É com muita empolgação que venho escrever a resenha de hoje, que é do divertidíssimo livro Proibida pra mim , do Gustavo Reiz . E vou confessar: incorporei CADA PERSONAGEM! A 'trama' é típica de temporadas da Malhação, sabe? Sem contar que esse título me lembrou o Chorão e, logo, despertou minha curiosidade (não sei se teve alguma inspiração na música de mesmo nome, mas acredito que sim, já que envolve música e rock e tal). Mas o fato é que eu adoro romance, se for adolescente, então, melhor ainda! Eu ri MUITO, chorei pouquinho (é lei!), mas foi de inveja porque eu AINDA ACREDITO que vou me apaixonar por um cara que toca violão e vai fazer uma música pra mim, assim como no livro. Não? Tudo bem #desilusões. Vamos à resenha: o livro conta a história do romance proibido entre os adolescentes Pedro e Lia. Ele, compositor da banda Os Infiltrados, filho da compreensível Simone e do ocupadíssimo Ricardo, e amigo de Ogro, Rafa, Japa e Arthur - todos são umas figuras,

Amar é viajar

(ao meu amor, que topou essa viagem louca) Então amar talvez seja isso: encontrar a calmaria depois de enfrentar águas turbulentas  Aprender a guiar o barco, a tocar em frente, Tentar não morrer na praia.  Amar é se arriscar numa viagem que a gente não conhece o destino final e nem quer que tenha final; é saber que vai enfrentar uns caminhos ruins, mas que isso não pode nos impedir de irmos adiante. Amar é seguir junto mesmo sem saber como que o barco funciona - e a gente vai descobrindo.  Nessa viagem louca que a gente nunca vai sozinho, aprendemos a estender a mão para o outro não cair. Às vezes a gente dá passos mais adiantados. Outras vezes, mais lentos. As vezes a gente discorda sobre qual direção seguir, mas é preciso chegar num acordo. E sempre chegamos.  As viagens são estressantes. Viajar cansa, né? Principalmente quando é a gente que tem que recalcular a rota, encontrar as saídas.  As vezes a gente quer abandonar o barco e seguir numa outra direção. Acho que amar também é iss