Pular para o conteúdo principal

A maldade que eu penso sobre você

Eu penso que a gente poderia se encontrar qualquer dia, na esquina da rua da sua casa ou na fila da padaria. Eu poderia estar fotografando na praia e você me reconheceria de longe, daria um sorriso tímido e me mandaria um bilhete anônimo. Eu procuraria você nos olhares de cada homem-menino que ali estivesse. Você sabia que eu estaria lá, não é? Te mandaria uma mensagem de texto e pediria pra você vir falar comigo pessoalmente. Mas você só ia ficar observando meu jeito curioso e desesperado por querer te ver. Mais tarde, você chegaria de mansinho, como um desconhecido de outro estado, perguntando as horas ou meu nome, mas eu não reconheceria você. Ou  talvez reconhecesse seu olhar e suas mãos. É tudo o que já vi. Eu me sentiria uma boba, ficaria radiante de felicidade e te abraçaria forte por tempo indeterminado. Você gosta de abraços? Eu sim. Eu olharia nos seus olhos sem acreditar que seria você na minha frente, depois de tanto tempo. E eu vou segurar suas mãos. Numa noite qualquer a gente sairia pra passear e você me mostraria sua cidade e alguns amigos. Tudo bem, não precisa me apresentar aos seus amigos. Talvez me levaria ao bar onde você costuma beber à noite. Ou não também. Eu só gostaria de ter sua companhia pelo resto da noite. E na manhã seguinte. Na semana seguinte. E no último dia, quando fosse minha hora de voltar pra casa. Bem... Você sabe a maldade que eu penso a respeito disso: eu beijando você. Eu hesitaria por um tempo. Te olharia nos olhos só pra ter a certeza que você estaria ali e minha respiração fica ofegante. Olhos nos olhos me fazem ter essa sensação. Eu não queria ter me apegado, mas você me fez sorrir mesmo sem eu nunca ter te visto. 'Desapegue, moça', lembro de te ouvir falar. A gente correria pra praia e deitaria na areia pra ver as estrelas. Você gosta de olhar as estrelas? Eu sim. Você se aproxima e me olha nos olhos. Respiração Ofegante. Beija minha testa e desce até a minha boca. Finalmente. Você segura minha nuca, enquanto eu passo minha mão carinhosamente no seu rosto. E a gente fica se olhando mais um pouco. Eu esperei por isso. A gente foge pra outro lugar e faz amor num pedaço de chão, sob a luz do luar. Eu não me importo com o que vai acontecer depois, desde que a gente ficasse assim, até as 5 da manhã. O vôo chegou e eu tenho que ir. Eu não quero ir, mas talvez não volte. E você não pode viajar. Aparece pra mim agora?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As melhores frases de Will e Will (John Green e David Levithan)

Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay

RESENHA: Proibida pra mim - Gustavo Reiz

Oi, gente! É com muita empolgação que venho escrever a resenha de hoje, que é do divertidíssimo livro Proibida pra mim , do Gustavo Reiz . E vou confessar: incorporei CADA PERSONAGEM! A 'trama' é típica de temporadas da Malhação, sabe? Sem contar que esse título me lembrou o Chorão e, logo, despertou minha curiosidade (não sei se teve alguma inspiração na música de mesmo nome, mas acredito que sim, já que envolve música e rock e tal). Mas o fato é que eu adoro romance, se for adolescente, então, melhor ainda! Eu ri MUITO, chorei pouquinho (é lei!), mas foi de inveja porque eu AINDA ACREDITO que vou me apaixonar por um cara que toca violão e vai fazer uma música pra mim, assim como no livro. Não? Tudo bem #desilusões. Vamos à resenha: o livro conta a história do romance proibido entre os adolescentes Pedro e Lia. Ele, compositor da banda Os Infiltrados, filho da compreensível Simone e do ocupadíssimo Ricardo, e amigo de Ogro, Rafa, Japa e Arthur - todos são umas figuras,

Amar é viajar

(ao meu amor, que topou essa viagem louca) Então amar talvez seja isso: encontrar a calmaria depois de enfrentar águas turbulentas  Aprender a guiar o barco, a tocar em frente, Tentar não morrer na praia.  Amar é se arriscar numa viagem que a gente não conhece o destino final e nem quer que tenha final; é saber que vai enfrentar uns caminhos ruins, mas que isso não pode nos impedir de irmos adiante. Amar é seguir junto mesmo sem saber como que o barco funciona - e a gente vai descobrindo.  Nessa viagem louca que a gente nunca vai sozinho, aprendemos a estender a mão para o outro não cair. Às vezes a gente dá passos mais adiantados. Outras vezes, mais lentos. As vezes a gente discorda sobre qual direção seguir, mas é preciso chegar num acordo. E sempre chegamos.  As viagens são estressantes. Viajar cansa, né? Principalmente quando é a gente que tem que recalcular a rota, encontrar as saídas.  As vezes a gente quer abandonar o barco e seguir numa outra direção. Acho que amar também é iss