Vem, menina. Traz teus olhos bonitos para perto do meu e continua com esse sorriso bobo como nas vezes em que me viu passar. Já percebi tua bochecha vermelha de tanta timidez e eu acabo ficando bobo e ruboresço também. Mas é de alegria. De adentar a sala e te ver sentada, acariciando teus próprios cabelos negros e longos. De sair e, por coincidência, te encontrar no corredor.
Vem, menina. Traz esse caderno na minha mesa e me deixa ler o que tanto tu rabiscas nele. Traz tua cadeira aqui para perto da minha, porque a gente não combina em direções opostas. Outro dia tive a leve impressão de que tu estavas a me fotografar. Fiquei sem graça, mas fiquei feliz. Porque enquanto você fotografa, eu te desenho. Vem e traz para perto de mim esse teu perfume que me pertuba e invade os minutos que antecedem meu sono. Fala comigo, menina, e deixa-me ser teu amigo. Larga esse celular e descansa teu olhar na direção do meu.
Vem. Quebra esse gelo do teu coração. Me dá uma última chance para ver tua dança, porque é a oportunidade que eu preciso para nunca mais ir embora. Vem, que hoje eu acordei te querendo mais que ontem, mais que das outras vezes. Acordei desejando teu abraço e teu beijo apaixonado e envolvente. Hoje, mais que nunca, quero te nomear a dona do meu sobrenome, a mãe dos meus filhos. E não te divido.
Tira essa maquiagem borrada e o vestido florido pra ficar com aquele camisão rasgado pela casa. Fica natural. Te faço pipoca para vermos juntos o filme que conta nossa história. Já é tarde e eu te escrevi uma canção. Eu quero você para chamar de minha. Menina. Pequena. A TV está desligada e hoje à noite eu só quero ouvir o doce som da tua respiração, enquanto te observo a dormir.
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