Pular para o conteúdo principal

Consertos, desconsertos, confusões. Ilusões.

Eu me tornei a metade vazia daquilo que meu próprio corpo desconhece. Eu me tornei extrema solidão de afins e o desconserto de uma carência em demasia, que chega a dar dó. Sufoco-me em palavras não ditas, em atitudes interrompidas e no vento que sussurra tua voz. Ignoro o cheiro da brisa que me empurra pra longe disso que me faz mal. Te encontrei no meio do caminho e fiz de ti a minha saída, a válvula de escape que me tiraria do abismo. Mas você me deixou pendurada em galhos secos, de ponta a cabeça, enquanto tudo girava ao meu redor. Você fugia para eu não ter que me acolher embaixo das tuas asas e eu me encontrei sozinha em prantos. Eu não exigi nada além da tua amizade, embora meu coração ingênuo estivesse confundindo sentimentos. No meio da madrugada eu não precisaria nada além de palavras que me roubassem um sorriso frouxo, mas você me abandonou no meio da conversa. Alegrei minha alma e a enchi de falsas esperanças sempre que você chegava trazendo carinhos. Você quis ser meu amigo e eu te queria como propriedade.

É quase uma hora da madrugada de domingo e eu continuo esperando tua janela subir na tela do meu computador. A respiração falha e o estômago estremece só de te imaginar do outro lado da tela. Mas dessa vez eu me aquieto e de longe assisto tua movimentação. Hoje eu só vou te sentir por perto. Você me quer por perto, mas perto demais incomoda. Agora eu seguro o choro por perceber que continuo na mesma solidão de antes. Moços educados me chamam pra dançar, mas meu gingado só encaixa no teu. Eles elogiam e fazem promessas, entregam flores e querem minha atenção. Mas eu cerquei meu jardim para que somente você pudesse regá-lo. Agora as folhas murcham ... Parece doentio, mas é só uma necessidade.

Você é a parte bonita do lado obscuro que se tornou minha vida. Talvez seja a luz no fim do túnel que eu preciso alcançar pra deixar de lado essa monotonia, essa melancolia. Mas o fim do túnel ainda tá longe e eu acabei de entrar. Por enquanto seja minha lanterna ou até mesmo minha lamparina, só para que eu não te perca de vista no caminho. Daqui a pouco eu me levanto sozinha e vejo que você era só um detalhe.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As melhores frases de Will e Will (John Green e David Levithan)

Esse livro é sensacional! E eu poderia listar N motivos que me fizeram devorá-lo em três dias, que pra mim ainda foi muito , mas vou dizer só alguns: a) serviu de consolo por eu ter me decepcionado com Quem é você, Alasca? (fiquei tão desapontada, que abandonei o livro na metade. Não gostei. Me julguem); b) Me identifiquei com o Will gay por ele ter um namorado virtual (mas o meu existe. Acho. Brincadeirinha, existe sim); c) Eu tenho amigos gays tão divertidos quanto Tiny Cooper (o melhor amigo do Will hétero ) e quero que eles também leiam esse livro; d) Tem comparações, frases, metáforas tão inteligentes quanto em ACEDE (ou A culpa é das estrelas , para os leigos a propósito, eu chorei rios quando assisti o filme, e vocês? ). Aí você deve tá se perguntando "como assim Will gay e Will hétero, Alaiza?". Bem, é que Will Grayson, Will Grayson (título original) conta a história de dois garotos com o mesmo nome, porém um é gay e o outro é o melhor amigo de um super gay

RESENHA: Proibida pra mim - Gustavo Reiz

Oi, gente! É com muita empolgação que venho escrever a resenha de hoje, que é do divertidíssimo livro Proibida pra mim , do Gustavo Reiz . E vou confessar: incorporei CADA PERSONAGEM! A 'trama' é típica de temporadas da Malhação, sabe? Sem contar que esse título me lembrou o Chorão e, logo, despertou minha curiosidade (não sei se teve alguma inspiração na música de mesmo nome, mas acredito que sim, já que envolve música e rock e tal). Mas o fato é que eu adoro romance, se for adolescente, então, melhor ainda! Eu ri MUITO, chorei pouquinho (é lei!), mas foi de inveja porque eu AINDA ACREDITO que vou me apaixonar por um cara que toca violão e vai fazer uma música pra mim, assim como no livro. Não? Tudo bem #desilusões. Vamos à resenha: o livro conta a história do romance proibido entre os adolescentes Pedro e Lia. Ele, compositor da banda Os Infiltrados, filho da compreensível Simone e do ocupadíssimo Ricardo, e amigo de Ogro, Rafa, Japa e Arthur - todos são umas figuras,

Amar é viajar

(ao meu amor, que topou essa viagem louca) Então amar talvez seja isso: encontrar a calmaria depois de enfrentar águas turbulentas  Aprender a guiar o barco, a tocar em frente, Tentar não morrer na praia.  Amar é se arriscar numa viagem que a gente não conhece o destino final e nem quer que tenha final; é saber que vai enfrentar uns caminhos ruins, mas que isso não pode nos impedir de irmos adiante. Amar é seguir junto mesmo sem saber como que o barco funciona - e a gente vai descobrindo.  Nessa viagem louca que a gente nunca vai sozinho, aprendemos a estender a mão para o outro não cair. Às vezes a gente dá passos mais adiantados. Outras vezes, mais lentos. As vezes a gente discorda sobre qual direção seguir, mas é preciso chegar num acordo. E sempre chegamos.  As viagens são estressantes. Viajar cansa, né? Principalmente quando é a gente que tem que recalcular a rota, encontrar as saídas.  As vezes a gente quer abandonar o barco e seguir numa outra direção. Acho que amar também é iss