De repente, eu me pego escrevendo todos aqueles versos caretas de músicas, trechos de poemas e parágrafos de livros de romance. De novo. Eu quis puxar tua carteira pra mais perto e agir como tua melhor amiga. Quis pegar teu caderno e rabiscar meu nome em cada parte da última folha. E a cada dia eu preciso mais e mais da tua companhia. As pessoas pensam que quero um namorado, dizem que tô apaixonada e que eu sou legal. Eu fico insuportavelmente chata quando gosto de alguém. Minha mãe me conhece e sabe que é só uma paixonite adolescente, que logo logo isso passa.
Enquanto isso, te chamo pra tomar um café e tirar fotos. Você é fotogênico. E lindo. Peço para que escrevas qualquer coisa e encaixo num desses meus textos, só pra ter um pedaço de você naquilo que já é parte de mim. Depois transformo em tatuagem e te gravo em forma de poesia. Não me pergunte o significado dessas outras espalhadas pelo meu corpo; você descobriria que não foi o primeiro. Mas cada envolvimento com uma pessoa diferente, a sensação muda também.
Sensação de que eu nunca beijei antes e que você vai ser o primeiro a tirar a virgindade da minha boca. Sensação de ser 'boca virgem' de novo, de ser virgem de novo, enfim... Eu só quero sua amizade colorida ou em preto e branco mesmo. Daquelas bem sem graça, que ninguém aguenta ficar por perto, Eu quero te levar pra conhecer meu pai e ele vai deixar você entrar no meu quarto e fechar a porta. Sem maldade. Vou escolher as músicas do seu iPod e a gente tenta cantar juntos aquela canção em francês. Eu só falo espanhol.
Você tá a fim da minha melhor amiga e começo a ensaiar uma trágica despedida. Eu vou ter que te deixar ir e você vai deixar de ser meu. Mas espera... você nunca foi meu. Amigo. Namorado. Era só a minha paixão platônica, que me fazia lamentar a chegada das sextas-feiras e vibrar todas as segundas. O lugar da tua tatuagem ainda vai continuar aqui, em branco. Até o dia em que eu puxar tua carteira pro lado da minha.
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