Finalmente te puxei pra perto, mas a novela tá só começando. Eu não me aguentava mais de agonia ao te ver passar me olhando. Eu quis te olhar de perto e vi teu sorriso bem perto do meu. Eu quis ouvir tua voz e, de quebra, ganhei tua história contada em melodia. Baguncei teu cabelo sem nunca ter te dado um aperto de mão. Mas eu era só uma criança perto da pureza que é tua companhia.
Você me fazia ficar à vontade quando minha bochecha corava em timidez. Enquanto eu flertava contigo por conversas em pedaços de papel, você já havia preparado cartazes com mil declarações. Eu só queria tua amizade e você me deu carinho em forma de amor. Tô te esperando na beira da calçada pra gente contar histórias repetidas, pra desenhar memórias do que nós ainda nem fomos. Você some. Eu te penso e você aparece, como que atraído pela força do meu pensamento. Você ainda é só um menino. Mas eu não quero que você se afaste, porque agora eu que vou cuidar de ti.
Você passou a mão no meu cabelo e me ouviu falar das minhas tragédias amorosas. Ficou compadecido e me ofereceu seu ombro amigo sem pedir nada em troca. Te fiz metade de mim pra quando a outra metade já não podia se manter em pé sozinha. Te fiz irmão e amigo, namorado e amante. Simplesmente te fiz, te quis. E agora quero mais que ontem. Tô esperando o amanhã chegar pra eu te ver passar mais uma vez. Vai ser outro capítulo e eu não gosto de surpresas. Você é a história que eu tô montando aos poucos pra colocar tudo num livro só. Não que eu queira te vender, te emprestar, te compartilhar. Só quero te deixar guardado em algum lugar caso a gente se perca um dia, uma noite. Eu aceito me perder essa noite com você.
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